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Na última sexta-feira (3), foram nada mais, nada menos do que sete estréias nos cinemas de Curitiba. A avalanche de lançamentos faz com que uma grande quantidade de longas deixem as salas de exibição da capital paranaense nesta próxima sexta (10). Sessões derradeiras acontecem nesta quinta-feira em diversos pontos da cidade.

"Jarhead", cuja tradução mais próxima no português seria "cabeça de jarro", é uma gíria para o corte de cabelo usado pelos fuzileiros norte-americanos. Essa gíria é o título original de "Soldado Anônimo", um dos filmes que estão em cartaz em Curitiba. Ao contrário de longas ianques que buscam tratar os Estados Unidos como supostos "bons moços salvadores da humanidade", o longa do diretor britânico Sam Mendes (de "Beleza Americana") é uma crítica as árduas condições que jovens norte-americanos são levados, tanto pelas questões "patrióticas" ou familiares, a servir ao exército e acabar dentro de um conflito bélico que sequer compreendem. Apesar do julgamento prévio que poderia ser feito pelos espectadores da terra do Tio Sam, o longa acabou sendo um tremendo sucesso de bilheterias por lá.

O enredo é baseado no livro de memórias do ex-soldado Anthony "Swooff" Swofford (um dos best sellers de 2003 nos EUA), o longa tem como protagonista o próprio autor, interpretado por Jake Gyllenhaal (de "O Segredo de Brokeback Mountain"). Na trama, o ponto de vista de jovens fuzileiros navais que acabam indo parar no Iraque durante a primeira Guerra do Golfo (1991) é o destaque. Entre eles está o Swoff, que tem um histórico familiar de devoção às Forças Armadas. Sendo ele a terceira geração da família e sem perspectivas na sua cidade-natal, acaba optando por servir o exército. Depois de um árduo treinamento, comandado pelo Sargento Sykes (papel do vencedor do Oscar, Jamie Foxx). Com a chegada da guerra, ele acaba no Iraque, um lugar que não entende, contra inimigos que não consegue ver e sem saber o porquê de estar lutando. Para lidar com tantas dúvidas, Swoff e seus companheiros de batalhão fazem uso de muito humor negro e sarcasmo para sobreviverem à tamanha adversidade.

Os longas de drama são um dos gêneros que mais atraem espectadores. E os dois filmes que se encaixam nesse perfil devem agradar os curitibanos. O nacional "Cinema, Aspirinas e Urubus" já esteve em cartaz em Curitiba durante a Mostra Internacional de Curitiba. Agora, o filme está em circuito nacional. O longa apresenta o confronto de dois mundos completamente diferente. Em 1942, quando o alemão fugido da Alemanha Johann cruza o caminho do nordestino Ranulpho. Enquanto Johann segue com seu caminhão vendendo aspirinas pelo interior do país, Ranulpho torna-se seu amigo e os dois desenvolvem uma forte amizade. Durante suas viagens de povoado em povoado, eles exibem para a população local filmes promocionais sobre o remédio tido como "milagroso" para os locais, que nunca tiveram acesso a um cinema.

Já em "Querida Wendy", a crítica veemente a obsessão por armas e a glamourização da violência que atinge os Estados Unidos dá o tom da narrativa. Sabendo de quem foi o roteiro, acaba não havendo nenhuma surpresa. Lars von Trier, um controverso roteirista que costuma atacar valores que definem uma sociedade, além de fazer oposição ao conhecido "American way of life", retrata nesta fita a uma visão particular da motivação com que as armas são vistas na terra do Tio Sam. E ele é bem sucedido na sua empreitada, assim como já havia feito em "Dogville" e "Manderlay".

Na trama, um adolescente do Sul dos EUA compra uma arma, a qual ele dá o nome de Wendy, e funda uma confraria com outros quatro jovens. Todos possuem em comum uma grande paixão por armas. Os garotos, tímidos e inseguros, vivem uma realidade paralela quando estão juntos. Seus egos enchem-se de autoconfiança, o que os leva a perder completamente os parâmetros do que é realmente ser um pacifista, motivo que os leva a portar armas de fogo. E é a partir daí que a regra pré-estabelecida pela pequena sociedade dos garotos – "nunca saque a sua pistola" - começa a ruir, em meio a uma situação que eles não conseguem controlar. Apesar de polêmico, o filme destaca-se pela originalidade, pela narrativa e pelo seu desfecho um tanto trágico, algo característico nos filmes de von Trier.

Bill Murray, Sharon Stone e Jéssica Lange estão na comédia premiada "Flores Partidas", do diretor Jim Jarmusch. A trama é sobre um solteiro convicto que, através de uma carta, fica sabendo que tem um filho com 19 anos. O longa ficou com o Grande Prêmio do Júri no último Festival de Cannes.

Com um orçamento de US$ 45 milhões, "Os Produtores" conta a trajetória de Max Bialystock, um produtor teatral astuto, que tem Leo Bloom como seu contador. Em um belo dia, Bloom tem uma idéia inicialmente genial para arrecadar muito dinheiro: produzir um show para a Broadway que fosse um fracasso garantido de bilheteria. Desta forma, ninguém esperaria receber por algo e Max e Leo poderiam ficar com toda a diferença. Os dois partem em busca da pior peça já escrita. A dupla acaba escolhendo o musical "Primavera para Hitler", escrita por Franz Liebkind. A certeza de êxito do plano cai por terra quando o espetáculo torna-se um estrondoso sucesso. No elenco, Nathan Lane, Matthew Broderick, Uma Thurman e Will Ferrell. Entre as curiosidades que envolvem o longa, vale citar que Nicole Kidman esteve escalada para interpretar um dos papéis principais, mas teve de recusar por conflitos de agenda e Uma Thurman ficou com o papel.

Mas diversão mesmo o público deve encontrar na inusitada comédia francesa "Rrrrrr!!! - A Idade da Pedra". Na pré-história, 35 mil A.C., duas tribos vizinhas, os Cabelos Limpos e Cabelos Sujos vivem em harmonia. O clima de paz é quebrado quando ocorre o primeiro crime da história da humanidade na tribo dos Cabelos Limpos, detentores da fórmula secreta do xampu. Intrigados com os motivos que fariam alguém matar uma pessoa que morreria de qualquer forma, a tribo tenta desvendar o crime. O ator Gerard Depardieu está no elenco.

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