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Apesar de originalmente jamaicano, o reggae desde sempre teve uma boa aceitação no Brasil. Há os que atribuem tal relação à semelhança física entre os países, repletos de praias e belezas naturais, paisagens estas que parecem combinar perfeitamente ao ritmo lento e tranqüilo das canções do gênero. Fato é que o reggae não só é assimilado com facilidade em terras tupiniquins, como é abundantemente produzido por nossos artistas – de grandes medalhões da música popular brasileira, como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan e Alceu Valença, a grupos da nova geração, que vêm solidificando ainda mais as raízes do reggae pelo país.

Uma mostra da "apropriação" do ritmo jamaicano pelos novos músicos brasileiros poderá ser conferida hoje, durante a terceira edição do Kaya Reggae Festival, evento que acontece logo mais no Curitiba Master Hall e traz em sua escalação os cinco maiores expoentes do chamado reggae roots (reggae de raiz, de andamento lento e com letras filosóficas) das regiões sul e sudeste.

Abrindo os shows, às 22 horas, sobe ao palco a banda curitibana Yoong, formada em 2003 e novata entre os outros grupos que se apresentam na mesma noite. Em seguida, é a vez da veterana Djambi, que completou dez anos de estrada no ano passado e carrega sete turnês internacionais em sua bagagem – incluindo aí uma apresentação no tradicional Festival de Jazz de Montreux, na Suíça.

A terceira atração da noite representa a força feminina no reggae, tarefa que fica a cargo das vocalistas e irmãs Anamaria e Vilma Helena Ribeiro, que comandam as vozes do Namastê. A banda é um dos nomes incluídos na coletânea Transa Reggae: Transamérica Pop, lançada em 2005 e que reúne o melhor do reggae paranaense – ao lado das bandas Djambi, Namastê, Arma de Jah e Afrodizia.

Da Região Sudeste vêm duas mais bem-sucedidas bandas de reggae da atualidade: Planta & Raiz, de São Paulo, e Ponto de Equilíbro, do Rio de Janeiro.

Formada em 1998, com o objetivo de embalar a Feira da Vila Madalena (bairro paulistano) com canções de Bob Marley, o sexteto Planta & Raiz percebeu que deveria apostar em composições próprias logo com seu primeiro single Que Brota da Terra (2000), que vendeu mais de dez mil cópias pelo país. Hoje, o grupo é um dos contratados do conglomerado Sony & BMG e conta com a direção artística de Rick Bonadio.

Fechando a noite, o octeto carioca Ponto de Equilíbrio é o que mais vem arrancando elogios dos fãs de reggae brasileiros. Formada em 1999, no bairro de Vila Isabel, a banda conta com um público numeroso graças ao lançamento do independente Reggae a Vida com Amor (2005). A performance arrebatada do vocalista Hélio Bentes – que lembra muito Bob Marley no jeito de dançar e cantar como se estivesse em transe – , as letras fortemente inspiradas pelo rastafarismo, e boas composições como o hit "Aonde Vai Chegar (Coisa Feia)", já renderam à banda um disco de ouro e elogios rasgados de gente como Marcelo Yuka (ex-Rappa).

Serviço: 3.º Kaya Reggae Festival. Curitiba Master Hall (R. Itajubá, 143). Hoje, às 23 horas. Ingressos a R$ 20 (antecipados). Informações: (41) 3248-1001.

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