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Mark Zuckerberg (Jesse Einsenberg, fora de foco) e Eduardo Saverin (Andrew Garfield): dupla responsável pela criação do Facebook, avaliado hoje em US 25 bilhões | Divulgação
Mark Zuckerberg (Jesse Einsenberg, fora de foco) e Eduardo Saverin (Andrew Garfield): dupla responsável pela criação do Facebook, avaliado hoje em US 25 bilhões| Foto: Divulgação

São Paulo - Tudo começou com um pé na bunda. Mark Zuckerberg já era um prodígio da computação antes que sua namorada acabasse tudo com ele, em meio a goles de chope na mesa de um bar. Mas foi o não definitivo dela que o levou a criar, bêbado e no meio da madrugada, um site chamado Facemash, em que comparava a beleza de garotas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Isso foi em 2003. Era o primeiro passo para que o jovem, então com 19 anos, criasse o Facebook, maior site de rede social do mundo – com 500 milhões de usuários – e se tornasse um dos bilionários mais jovens do planeta.

Rede Social estreia no Brasil dia 3 de dezembro, mas a reportagem da Gazeta do Povo já conferiu o filme no encerramento da 34.ª Mostra de Cinema de São Paulo. Este não é o melhor longa de David Fincher (Clube da Luta e O Curioso Caso de Benjamin Button), mas é um ótimo motivo para se discutir os paradoxos de parte da juventude on-line do mundo: antissociais de carne e osso que se tornam celebridades virtuais. E ainda lucram com isso.

Em ritmo frenético, Rede Social nos introduz à vida de Mark (Jesse Eisenberg) e de Eduardo Saverin (Andrew Garfield), responsáveis pela criação do Facebook. A cronologia é picotada, mas logo se entende que ambos estão em uma espécie de julgamento. O motivo é a acusação de que Mark teria roubado a programação de um outro site, já teoricamente montado por três nerds da mesma universidade: dois deles são os gêmeos Winklevoss, campeões de remo – o oposto de Mark –, interpretados por Armie Hammer.

No vai e volta da narrativa – que dá uma turbinada em uma história sobre bastidores da internet, possivelmente entediante –, nos aproximamos mais de Mark Zuckerberg. A trilha sonora inquieta criada por Trent Reznor (da banda Nine Inch Nails), nos introduz ao garoto que é, na gíria vigente, um escroto. Insensível, não pede desculpas ao amigo por tê-lo feito esperar no aeroporto por três horas. Mas é inteligente e visionário. A invenção logo cai na moda. O Facebook o torna popular, talvez pela primeira vez na vida. A universidade inteira fala sobre o site, todos querem criar o seu perfil. "Existir", enfim, daquela maneira.

O filme é intenso e muito atual. David Fincher se propõe a discutir os limites da geração que cresceu com o computador a tiracolo. O vício, a inversão de valores e a (falsa?) impressão de se estar finalmente pertencendo a alguma coisa são jogados na cara do espectador. A ideia bilionária de Mark Zuckerberg começou com um pé na bunda, não esqueçamos. Mas o garoto que não consegue nem se relacionar de forma eficaz com uma garota criou um dos maiores impérios do mundo, avaliado hoje em U$ 25 bilhões.

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