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A americana Marin Alsop defende aproximação de mídias digitais | Divulgação
A americana Marin Alsop defende aproximação de mídias digitais| Foto: Divulgação

Mídias digitais, programas sociais, repertório abrangendo o popular: a norte-americana Marin Alsop, de 54 anos, que será a regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) por cinco anos a partir de 2012, pretende aprofundar e ampliar as atividades da formação. "É hora de dizer: quais são as outras possibilidades?'', afirma. "Não que devamos mudar a essência do que estamos fazendo. Mas, se o público quiser chegar às 23 horas, por que não? Isso não vai mudar nosso jeito de tocar A Sagração da Primavera.''

Na Sinfônica de Baltimore, que assumiu em 2007, Alsop é responsável por iniciativas como a de explicar uma obra antes do concerto, fazendo a orquestra tocar trechos da mesma antes de executá-la inteira. Ou ainda ficar depois das apresentações para uma conversa com o público, tendo a seu lado o solista convidado da noite.

"Para fazer isso aqui, meu português teria que evoluir logo'', afirma a maestrina, que em breve começará a ter aulas do idioma. "Hoje, o regente tem que se comprometer em muito mais níveis; não é só "estou vindo para reger meus concertos, sentem-se e desfrutem'. Tem que haver uma relação pessoal com o público, com os músicos e com a música'', diz. "As pessoas querem ser incluídas. É uma era de participação. Não é mais uma era de passividade.''

Bernstein

Nesse aspecto, como em outros, o modelo a ser seguido é o de seu antigo mestre, o compositor e regente norte-americano Leonard Bernstein (1918-1990). "Na época dele, a tevê estava só começando. Mesmo assim, ele identificou o potencial da mídia nova e escreveu, produziu, dirigiu e estrelou programas'', diz Alsop, que defende o uso das mídias digitais para a orquestra.

Em termos de propostas concretas para as iniciativas que poderiam ser tomadas para a Osesp, contudo, ela ainda é cautelosa: "Preciso conhecer direito a cidade, a comunidade e as iniciativas que a orquestra já tem''. A mesma prudência se refere às questões de técnica e sonoridade que necessitam ser aprimoradas. "Neste ano, venho ao Brasil em junho e agosto e faço dois programas bem diferentes. Daí, terei a oportunidade de ouvir os músicos de novo e ter uma ideia mais precisa.''

Qualificando a Osesp como "surpreendente'', e com "potencial tremendo'', ela pretende moldar a sonoridade de cada naipe: "Já em junho, gostaria de começar a lidar com cada seção e construir o som das cordas, a afinação das madeiras, o ataque dos metais etc''.

Convite

Principal nome feminino da regência na atualidade, Alsop regeu a Osesp como convidada em setembro do ano passado em uma obra ambiciosa: a Sinfonia n.º 7, de Mahler. No começou, conta que hesitou em aceitar o convite: "Não sabia nada sobre a orquestra ou a cidade e estava muito ocupada na Europa, regendo como convidada''. Veio por insistência de Timothy Walker, consultor internacional da Osesp e diretor artístico da Filarmônica de Londres. Agradou e foi abordada em dezembro com o convite oficial para assumir o grupo.

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