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Não se sabe exatamente quando ou onde surgiu o circo. Registros indicam que, ainda na Antiguidade, os povos nômades haviam criado uma forma primordial desse tipo de espetáculo. A certeza é que hoje suas variações estão espalhados por todo o mundo, inclusive no Brasil, sob as mais diversas formas e práticas. A história social dessa atividade artística no país é um dos temas da peça O Auto do Circo, que a Cia. Estável, de São Paulo, apresenta hoje na mostra oficial do Festival de Teatro de Curitiba.

A produtora do espetáculo, que se identifica pelo nome artístico de Jahíra, conta que a peça é sobre saga de uma família circense no Brasil. "A história se estrutura em torno das lembranças de Coscorão, personagem velho que conta para um outro palhaço mais novo, Ximbeba, como era a época da avó e da mãe". Fazendo o percurso pela memória do palhaço, interpretado por Nei Gomes, a narrativa faz uma retrospectiva histórica do circo no Brasil.

Segundo Jahíra (que também atua, no papel de Ximbeba) antigamente a atividade circense era essencialmente familiar, uma tradição passada de geração para geração. Com o tempo, tornou-se mais institucionalizada e profissionalizada. "Trabalhar em circo era a vida das pessoas, elas moravam e viviam no circo. Hoje é uma atividade paralela. É possível contratar um malabarista ou trapezista para um espetáculo específico sem que ele tenha qualquer ligação prévia com a companhia", explica. Ela destaca, ainda, que houve uma divisão do meio entre as companhias grandes e estruturadas e as menores, ainda apoiadas em núcleos familiares. "Os circos de porte médio estão extintos", conta.

O resgate de O Auto do Circo não é apenas hitórico, mas também estético. O espetáculo é recheado por números circences que se remetem a diversas vertentes da antiga prática. O ator Osvaldo Costa Júrior explica que essa faceta exigiu muito trabalho no preparo físico. Sobre o texto, de autoria de Luís Alberto de Abreu, nutrido pela pesquisa da doutora em História Hermínia Silva, o ator relata uma "mistura entre o épico e dramático". "Interpreto vários personagens episódicos. A peça passeia por várias linguagens, inclusive o melodrama", comenta. O espetáculo estreou em São Paulo em julho de 2004, com direção de Renata Zhaneta.

Serviço: Auto do Circo. Teatro Ópera de Arame (R. João Gava, s/n.º), (41) 3355-6070. Hoje, amanhã e sábado, às 20h30. Ingressos à R$ 24 e R$ 12. Informações: www.festivaldeteatro.com.br.

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