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Na telona

Uma mostra paralela de filmes sobre a sociedade alemã acompanha a exposição Vidas Alemãs, no Espaço Cultural BRDE, entre os dias 21 e 24 de maio, sempre às 19 horas, com entrada franca. Confira a programação.

• 21/05 – Um Dia na Europa. Direção de Hannes Stör, 93 min, 2005. Quatro histórias, tendo a segurança como tema comum, acontecem em diferentes lugares do continente. O esporte é a linguagem universal diante da multiplicidade cultural

• 22/05 – O Caminho Irracional. Direção de Thorsten Trimpop, 95 min, 2005. Três amigos que viviam na Alemanha Oriental se reencontram para a gravação de um documentário, às voltas com o receio de resgatar o passado.

• 23/05 – De Onde, Companheiro? Para Onde, Companheiro? Direção de Thomas Adebahr e Andréa Zimmermann, 78 min, 2003. Os conflitos causados pela imigração para a Europa são revelados na viagem de moradores de Munique para Neuperlach (Alemanha), Gana e Turquia.

• 24/05 – Meu Irmão – Nós Vamos nos Encontrar de Novo. Direção de Thomas Heise, 57 min, 2005. A traição e a delação foram práticas incentivadas pela polícia secreta da Alemanha Oriental. Nesse filme, um espião e a pessoa por ele denunciada dialogam anos depois.

O fotógrafo Stefan Moses é o maior retratista da Alemanha no século 20. À frente de sua lente, passaram políticos do parlamento alemão, artistas, filósofos e cidadãos dos lados ocidental e oriental de uma nação em reconstrução. Independentemente do papel social da personalidade que registra, o olhar do fotógrafo procura revelar a humanidade de cada um. Seis séries de retratos captados pelo artista, que completa 80 anos em 2008, compõem a exposição Vidas Alemãs, aberta a visitação a partir de amanhã, às 19 horas, no Espaço Cultural BRDE. As 50 fotografias selecionadas chegam a Curitiba graças a uma parceria entre o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e o Goethe Institut.

As imagens de Stefan Moses abrigam um diálogo entre o pessoal e o social, de maneira que o conjunto de indivíduos de quem a fotografia em preto-e-branco rouba um momento torna-se um mosaico da Alemanha pós-Guerra. "A intimidade próxima do retrato é muito importante para Stefan Moses. Ele se aproxima da pessoa, dialoga e reflete sobre a sociedade alemã", comenta Cláudia Römmelt, diretora do Goethe Institut de Curitiba.

As séries em exposição são "Alemães-Ocidente", "Alemães-Oriente", "Os Grandes Velhos", "Reflexos", "Artistas Criam Máscaras" e "Sociedade Alemã" – um percurso pela produção do artista durante as quatro últimas décadas do século passado. Fotógrafo itinerante, concentrado nos limites territoriais de seu país, Moses dá tal relevo às pessoas registradas que tanto as personalidades influentes quanto os homens e mulheres comuns surgem nos retratos como atores – no sentido de atuantes.

É o que se vê, por exemplo, nas imagens de cidadãos das porções ocidental e oriental, revelados em seu dia-a-dia. As fotografias do lado oeste datam dos anos 60 e 70, enquanto os moradores do leste alemão foram clicados na década de 90, durante a reunificação iniciada após a queda do Muro de Berlim. Para o projeto iniciado em 1964, "Os Grandes Velhos", Stefan Moses convidou políticos, poetas e filósofos para um passeio pela floresta e os retratou isolados dos centro urbanos, sobressaindo-se à paisagem de troncos e folhas. "A idéia de levá-los para a floresta diferencia bastante o ambiente e mantém um tipo de aura poética dos contos de fadas", opina Römmelt.

Em duas séries em particular, Moses experimenta acrescentar mediações entre o fotógrafo e o fotografado. "Reflexos" é um projeto de auto-retratos, segundo uma concepção diferente do termo, em que o mediador é um espelho, na frente do qual personalidades famosas, como o escritor Erich Kästner e o filósofo Ernest Bloch, se observam. A câmera de Moses, também refletida, capta então as reações dos protagonistas às suas próprias imagens – um exercício de olhar que implica uma espécie de auto-reflexão.

A mediação em "Máscaras", por sua vez, depende da criatividade do retratado, que dispunha de cinco minutos para mascarar-se antes de posar. O pintor expressionista Otto Dix escolheu uma tesoura para se ocultar parcialmente. Com os olhos atrás das alças e o nariz encaixado na abertura entre elas, o artista plástico transfigura-se no homem que não quer ser reconhecido – um paradoxo interessante quando se trata da pessoalidade do retrato.

Onde ver

Vidas Alemãs. Exposição do fotógrafo Stefan Moses.

Espaço Cultural BRDE (Palacete dos Leões – Av. João Gualberto, 530), (41) 3219-8000. Abertura amanhã, das 19 às 22 horas. Visitação de segunda a sexta, das 13h30 às 18h30. Até 15 de junho.

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