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Senhora descansa em Marcapata, distrito do Peru | Leonardo Régnier / Divulgação
Senhora descansa em Marcapata, distrito do Peru| Foto: Leonardo Régnier / Divulgação

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Pueblo

Museu Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348 – Centro), (41) 3018-6194. Fotografias de Leonardo Régnier. Inauguração será quinta-feira, às 19h30. Visitação de 3ª a sáb., das 14 às 18 horas. Até 9 de março.

  • A cultura de diferentes povos está presente nas fotos de Leonardo Régnier
  • O fotógrafo viajou para quatro países da América do Sul de carro
  • Negativos em preto e branca são uma das características do trabalho do fotógrafo
  • Cores vivas em contraste com o material P&B
  • Viagens renderam milhares de imagens; 35 estarão na exposição

Parar o carro para dar passagem para cavalos e lhamas e até sair quase fugido de um pequeno vilarejo com maridos enfurecidos, foram alguns dos perrengues enfrentados pelo fotógrafo Leonardo Régnier em viagens que ele fez, de carro, para locais da América do Sul que estão fora dos roteiros turísticos tradicionais. Da primeira, em 2003, para o deserto do Atacama, até a última, no ano passado para a Bolívia, surgiu a ideia de realizar um projeto fotográfico que inicia com a exposição Pueblo, que abre na quinta-feira, no Museu Guido Viaro (veja o serviço completo da mostra no Guia Gazeta do Povo).

Veja mais imagens da exposição Pueblo

As 35 imagens, a maioria delas retratos, foram feitas em vilarejos no Chile, norte da Argentina, Peru e Bolívia. "Mais de 90% das fotografias não foram feitas em capitais", diz Régnier, que define seu trabalho como fotografia documental. "Prefiro fotografar a pessoa e seu entorno, saber onde e como vive. Para conseguir esse material, não há outra forma do que permeando bem a vida dessas pessoas. Por isso, resolvi ir de carro." Régnier também não abre mão do equipamento manual e do negativo – poucos materiais do fotógrafo são produzidos com equipamento digital.

Nas duas viagens mais recentes, para a Bolívia, em 2010, e Peru, em 2012, o fotógrafo, que tem como companheira de viagem a mulher, Luciane, foi aconselhado por amigos a não ir de carro já que, segundo eles, há muitos casos de assaltos nas regiões. "Foram viagens mais tensas. Atravessamos a selva brasileira e peruana e, de fato, presenciamos situações mais inseguras." Na Bolívia, o fotógrafo e a esposa precisaram sair às pressas de uma pequena cidade. "Fotografei algumas mulheres, e acho que os maridos não gostaram e vieram tirar satisfação. Tive que sair correndo", conta.

Além das imagens ricas, com forte característica documental, Régnier, que fotografa há mais de 15 anos, diz que o maior benefício de percorrer locais remotos foi o contato com a população. "Sou muito introspectivo e essa convivência com pessoas muito diferentes das que costumamos encontrar é algo que engrandece a alma. O que mais me atrai nesse trabalho é poder participar um pouco de suas vidas."

Planos

Nos próximos anos, Rég­nier deve visitar, no mesmo esquema das outras viagens, as Guianas, a Venezuela e a Colômbia, para concluir um grande projeto que incluirá mais uma exposição e um livro de fotografias (que pretende dividir em retratos, cidades e paisagens rurais). Porém, o fotógrafo não tem um prazo para conclusão dessa ideia. "Já fazem 10 anos da minha primeira viagem, tenho consciência de que é algo para ser feito com calma. Esse será o grande projeto da minha vida em termos de fotografia, não tenho pressa."

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