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O quinteto inglês Kaiser Chiefs é a "melhor banda de todos os tempos da última semana", como diriam os Titãs. De trajetória meteórica, o grupo da cidade de Leeds conseguiu, em pouco mais de um ano, sair do anonimato para conquistar a Europa e o concorrido mercado norte-americano. Na Grã-Bretanha, os rapazes já ganharam disco de platina e estão entre os favoritos para vencer o importante prêmio Mercury – receberam 12 indicações e têm como principal concorrente ninguém menos do que o Coldplay. Do outro lado do Atlântico, abriram os shows do Live 8 na Filadélfia e preparam uma turnê ao lado do Weezer.

A badalação se justifica quando a banda é comparada a outros nomes do chamado "novo rock". Como seus colegas de geração, o Kaiser Chiefs (nome de um time de futebol da África do Sul) imita ícones do passado sem muita cerimônia, mas com uma diferença: sua lista de referências é um pouco maior. Começa na cena mod inglesa dos anos 60 (Kinks, Small Faces), passa pelo punk (Clash, Jam, Buzzcocks) e termina na new wave (Madness, Elvis Costello). Outro trunfo do grupo é a mão hábil para escrever hits instantâneos. Pelo menos metade das 11 faixas do álbum de estréia, Employment, pode tocar sem problemas nas rádios, MTV e pistas de dança alternativas – é o tipo de som feito sob medida para nerds dançarem.

Produzido por Stephen Street (responsável por trabalhos de Smiths, Blur e Cranberries), o disco abre com "Everyday I Love You Less and Less", entupida de energia adolescente. A urgência continua na "apunkalhada" "I Predict a Riot" ("Eu Previ um Tumulto"), dá uma pausa para a morna "Modern Way" e volta em "Na Na Na Na Naa". A seguir, "You Can Have It All" mostra o potencial da banda para baladas. A primeira metade do álbum encerra-se com "Oh My God", vigorosa canção que projetou a carreira do grupo.

A partir daí, a falta de personalidade do quinteto começa a ficar latente, assim como a limitação dos integrantes como arranjadores – quase todas as músicas se resolvem com teclados simplórios e vocais de apoio na base do "lá lá lá". E o que parecia refrescante acaba soando como apenas mais uma cópia apressada e mal-acabada. Trocando em miúdos, o Kaiser Chiefs é um Franz Ferdinand infantilóide. Ou, de acordo com o cantor do Oasis, Liam Galagher (outro notório imitador), um "Blur piorado". Tremenda injustiça – com o Blur, é claro. GG1/2

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