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 | Isabela Rocco
| Foto: Isabela Rocco

Sair do comum e fazer uma peça com um texto bem mais intelectualizado foi a proposta do grupo de teatro 360 Graus. Escrito por Antonio Vieira, chamado "sermão da quarta-feira de cinzas", o espetáculo traz a questão do existencialismo: sobre morrer, viver, e tudo voltar ao pó. O diretor Henrique Moura, apesar de muito jovem, demonstra vasta experiência sobre o assunto, conceituando cada ato apresentado pelo texto barroco.

São apenas dois atores, mas Ricardo Reis dá conta de vários personagens, usando cada um para ilustrar o sermão de diferentes perspectivas, dizendo a mesma coisa, mas com as características distintas de cada um. O que inicia e finaliza o raciocínio é um padre, mas Ricardo também se passa por um professor, um executivo, um pintor francês e um coveiro. "A peça já foi feita só com o padre, mas os personagens dão leveza à peça", ressalta Ricardo.

Veruska Wilke, que tem uma grande trajetória como musicista, canta em tom de ópera ao longo da peça, contextualizando com o sermão. Inclusive, ela mesma pegou uma melodia de Bach e colocou a letra para cantar, de maneira que fizesse sentido com o texto. As músicas na maioria das vezes entravam enquanto o ator fazia as trocas de um personagem para o outro.

Henrique Moura explica que o objetivo principal da peça é estabelecer uma linha de pensamento mais intimista. "Quem consegue seguir tudo isso e internalizar tem uma mensagem, é para a pessoa sair pensando", afirma. Moura indica que quem assistir à peça não esteja busque risos, mas sim reflexão.

Serviço Reverteris também é exibida nesta sexta-feira (28) às 18h, no auditório Carteiro Oswaldo Teixeira.

**Este texto é produzido por estudantes de Jornalismo da Universidade Positivo. O projeto de publicação é uma parceria com a Gazeta do Povo.

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