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Admirador da natureza, Krieger pintou suas paisagens no próprio local retratado | Arquivo pessoal
Admirador da natureza, Krieger pintou suas paisagens no próprio local retratado| Foto: Arquivo pessoal

"(...) Portanto, tudo isso que apresento são esforços de um longo tempo de luta, que terei de ir ao além do além na busca infinita." A última exposição do artista plástico curitibano Ricardo Krieger, realizada na galeria que leva o seu nome, em 1991, deixou essa mensagem quase co­­mo uma despedida.

O pintor, que tinha na natureza paranaense a sua principal fonte de inspiração, durante um curto espaço de tempo, entre as décadas de 70 e 80, produziu uma vasta obra. Quando morreu, tinha apenas 42 anos. No livro Ricardo Krieger, lançado no último domingo (28), seus dois filhos, Carolina e Robson, promovem um rencontro com a biografia e a produção do artista que retratou todas as suas paisagens fora do ateliê.

A obra estampada na capa do livro contempla o rio e araucárias do Parque Barigui. Famoso pelos pinheiros que registrou em seus quadros, Krieger transcendeu e muito esse aspecto da paisagem paranaense. "Bem além das araucárias, meu pai também pintou o litoral, os campos gerais, e também outras cidades da Europa", conta a filha, a professora universitária Carolina Krieger.

Em 1982, Krieger acompanhou o amigo e artista plástico morretense Theodoro De Bona à uma viagem para Veneza, cidade em que viveu durante oito anos. Nas suas obras, a luz tinha importância fundamental e, segundo Carolina, seu pai buscava captar a luz e inseri-la na tela, assim como o pintor impressionista francês Monet. "Ele achava a luz de Veneza incrível, um lugar especial", diz Carolina.

Apesar de ele não ter passado por nenhuma formação acadêmica no estudo das artes, Carolina afirma que seu pai buscava, instintivamente, se superar e aprimorar sua arte a cada dia. Dos tons pasteis às cores vibrantes, a evolução do trabalho de Krieger pode ser observada pela intensidade das cores.

As paisagens do artista, feitas com tinta à óleo, foram todas pintadas diretamente no local onde elas se encontram. Em Curitiba, o pintor fez da Catedral, do Largo da Ordem, e também dos bairros Bacacheri e São Lourenço, seus ateliês provisórios. "Passeando pela cidade é possível encontrar vários cenários das obras de meu pai", afirma Robson Krieger, que também é artista plástico. "Neste sentido, o livro serve como importante resgate da memória visual da cidade e da representatividade da vida e da obra do meu pai para as artes", acrescenta.

Na cidade, a memória do pintor permanece viva. Além da galeria Ricardo Krieger, administrada por seus filhos, o artista dá o nome à uma escola estadual, localizada no bairro Boa Vista, e à uma rua, que margeia a extensa área verde que cobre o parque do Atuba. Para Carolina, nada mais conveniente para um artista que amava a natureza.

Serviço:

Obras inéditas de Ricardo Krieger na Galeria Studio Ricardo Krieger (Avenida Jaime Reis, 30 – Largo da Ordem), (41) 3232-2429. Segunda a sexta-feira, das 14 às 18 horas; e sábado e domingo,, das 10h30 às 14 horas. Entrada Franca.

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