As pedras portuguesas, muitas vezes mal-assentadas, à res do chão do centro de Curitiba, dão limite geográfico aos poemas do livro Alvéolos de Petit Pavê, que o poeta Ricardo Pozzo lança nesta terça-feira (3) no WNK Bar, pelo projeto Vox Urbe.
O ambiente urbano planejado para funcionar o dia todo como um grande aparato de vigilância, às vezes com violência, sobre o aparelho físico e psíquico das pessoas que nele habitam, dão unidade temática aos textos. “É sobre isso e as suas ramificações que eu tento construir a minha lírica”, observa Pozzo.
“Fotógrafo de guerra” e poesia na urbe conflagrada
Confira entrevista com o poeta Ricardo Pozzo:
Leia a matéria completaOrganizador das noites de poesia de todas as terças-feiras no WNK Bar, Pozzo vai usar desta vez o palco para o material do livro que reúne novos ( a maioria) e antigos poemas. Para ele, a poesia ainda tem lugar “para que não esqueçamos que, por trás deste mundo cada vez mais nanotecnológico, quem opera os sistemas ainda são, por um fio, humanos”, aponta. “E esse fio, quem sabe não seja, justamente, o espírito poético?”, indaga.
Nascido em Buenos Aires e radicado em Curitiba há muitos anos, Pozzo é também tradutor, músico e fotógrafo. Este livro é um projeto que envolve novos e antigos poemas de sua autoria.
Ele reconhece que publicar poesia “ainda é uma das coisas mais difíceis dentro do mercado da Literatura. Talvez porque, como dizia o Leminski, poesia é um inutensílio”, disse, ressaltando que algumas editoras de Curitiba como a Patuá, a Travessa dos Editores, a Kafka e a Kotter têm a coragem de fazê-lo.
“Mas publicar um livro não significa praticamente nada, apesar de ser o cartão de visitas de um poeta”. Para Pozzo, entre os inúmeros livros publicados, muito poucos sobreviverão ao tempo. “E quem fará essa escolha será uma geração daqui a cem anos, dependendo de quais rumos tomem a estética poética”, vaticina.
Lançamento
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