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Rio de Janeiro – Vai ser difícil, até quinta-feira, quando saem os vencedores da mostra competitiva Première Brasil, algum filme tirar de O Signo da Cidade, longa-metragem dirigido por Carlos Alberto Riccelli – ele mesmo, o boto – e roteirizado por sua mulher, a atriz Bruna Lombardi, a fama de ter sido a grata surpresa na competição brasileira de ficções em 2007.

Já virou quase um postulado entre os críticos a idéia de que o cinema mais pessoal da atualidade tem sido produzido ou dirigido por atores – vide Boa Noite, e Boa Sorte, de George Clooney. Quem ainda duvida dessa tese, no último fim de semana, com a emocionada sessão do longa de Riccelli, teve argumentos de sobra para mudar de opinião.

Se os ventos de maior brilhantismo da mostra até aqui vieram do Paraná, trazidos por Estômago, de Marcos Jorge, soprou da tumultuada São Paulo de Riccelli uma brisa de acalanto que levou muitos às lágrimas, provocou um grito de "Bravo!" no fundão do Palácio 1 e rendeu aplausos aos quilos. Inclusive durante a projeção.

"Magnífica a estréia de Riccelli como diretor. É muito sensível", elogiava o cineasta Roberto Farias. "A surpresa é a Bruna como roteirista. O Signo da Cidade não é exatamente o début de Riccelli na direção. Seu primeiro trabalho como realizador é Stress, Orgasms, and Salvation, que foi exibido apenas na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e só será lançado em 2008.

Já O Signo... entra em circuito antes: no dia 15 de novembro. Com uma estrutura narrativa de filme-painel – tipo Babel, em que núcleos de protagonistas colidem –, a produção chega às entranhas de uma São Paulo lotada de corações solitários. "Tirando os anos em que morei no exterior, em Los Angeles, passei a minha vida toda em São Paulo. As experiência que vivi lá estão entranhadas em mim. Nesse filme, eu queria ver as pessoas que vivem lá. E a Bruna adora escrever sobre muita gente", explica Riccelli.

Com uma abordagem sobre o abandono que lembra a prosa de Carson McCullers (autora de The Heart Is a Lonely Hunter e A Balada do Café Triste), o roteiro de Bruna, que atua na pele de uma astróloga, cresce na tela.

É raro no cinema brasileiro a criação de tipos que se cristalizam no imaginário do espectador. O Signo da Cidade tem vários com esse potencial, em especial o pai moribundo vivido por Juca de Oliveira e o travesti encarnado por Sidney Santiago. "É muito bonito o modo como ela costurou as histórias", avaliava a atriz Alinne Moraes, acompanhada por um emocionado Ney Latorraca. "Diante dos dramas que vemos aí fora, uma ficção como essa é uma reação", disse Ney. "O filme tem cenas muito bonitas".

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