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Numa entrevista coletiva onde se mostrou muito bem humorado, Roberto Carlos falou de seu novo disco, com músicas antigas dele e de outros compositores e apenas uma inédita, criticou o Vaticano pelo veto a Daniela Mercury, esquivou-se de perguntas sobre novos amores e reafirmou os sentimentos em relação a Maria Rita, morta em 1999.

Ele falou abertamente da sua "doença terrível', o transtorno obsessivo compulsivo, que continua a tratar com uma terapeuta.

- Tenho tido bons resultados, não estou curado ainda. Não é uma coisa fácil. Minha terapeuta carinhosamente diz que não é uma doença, mas é e deve ser tratada seriamente porque incomoda muito a vida da gente, é terrível - afirmou Roberto.

Ele afirmou que a camisa azul claro que estava usando, só tinha sido usada uma vez antes e que, antes de se tratar, só usava camisas já utilizadas várias vezes. Disse que algumas vezes no cinema a síndrome parece engraçada, como no filme "Melhor impossível', com Jack Nicholson, mas afirmou que na vida real é um lance dramático.

Indagado por uma jornalista o que achava, como católico fervoroso,do veto do Vaticano à participação de Daniela Mercury no show da Santa Sé porque a cantora baiana defende o uso da camisinha, Roberto a apoiou.

- Eu não concordo com o Vaticano. O uso da camisinha é uma questão de preservar a vida.

Roberto contou que o projeto do álbum atual nasceu há cinco anos com a idéia de ser um álbum do que chamou de pop country, com um pouco mais de ritmo que suas produções anuais. Explicou que desejava um "disco mais dinâmico". A única inédita, "Arrasta uma cadeira", levou 14 anos para ficar pronta e conta com a participação de Chitãozinho e Xororó.

- Num especial de fim de ano que eles participaram comigo em 1991 ou 92, por aí, eu lhes disse que estava compondo uma música para cantarmos juntos. De vez em quando um deles ligava para perguntar sobre a música e eu dizia que estava quase pronta - contou.

Disco não se entrega se abandona. Não é Rei?

Depois da boa repercussão de "A volta", que ele e Erasmo fizeram para a dupla Os Vips em 1966 e Roberto gravou pela primeira vez para a novela "América", ele resgatou "Promessa", também em parceria com Erasmo, gravada por Wanderley Cardoso no mesmo ano. Roberto revelou que a intenção de gravar estas músicas foi homenagear os 40 anos da Jovem Guarda, comemorados este ano.

Também do fundo do baú sacou "Índia", incluída na trilha sonora da novela "Alma gêmea" e de lá também veio "Loving you", tema cantado por Elvis Presley para o filme do mesmo nome em 1957, gravado em inglês com relutância.

- É muito difícil fazer versão dele, os sons e as palavras são muito associadas. Eu não queria gravar em inglês, não consegui fazer uma versão, pedi a outros compositores uma letra em português e ninguém me apresentou. Incentivado pelo Guto Graça Mello gravei em inglês, mostrei a várias pessoas. Acho que a pronúncia não está das piores - diz ele, que acrescentou gostar da música desde que viu o filme, aqui chamado de "A mulher que eu amo", em mil novecentos e antigamente.

Sobre os constantes atrasos em entregar seus discos à gravadora, ocasionando, como este ano, que cheguem às lojas em cima da hora do Natal, Roberto diz concordar com Sting quando o ex-Police diz que disco não se entrega, se abandona.

- Este disco mesmo eu gostaria de ficar com ele mais um ano mexendo, ajustando, vendo coisas que os outros não vêem, regravando, mexendo na mixagem. Meu consolo é que quando reclamam que está atrasado, pego para botar outra voz alegando que esta ou aquela frase não fica boa, sempre me dizem que o resultado ficou melhor.

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