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Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical" | Reprodução www.globo.com/paraisotropical
Guilhermina Guinle no papel da socialite Alice, em "Paraíso Tropical"| Foto: Reprodução www.globo.com/paraisotropical

A vida nem sempre tem um final feliz. Mas o entretenimento sempre nos garante a esperança de saber que, no fim, tudo ficará bem. Mesmo que o mocinho encare a Morte, sofra as piores torturas e fique de coração partido. No fim o Bem sempre vence. Harry Potter e as Relíquias da Morte (593 pgs., R$ 59,50), de J.K. Rowling, é o final feliz da saga do bruxinho que luta contra o grande artífice do Mal, Lord Voldemort. Não apenas para o personagem, mas também para milhares de fãs em todo o mundo.

Claro que, antes do tão aguardado desfecho da obra, Harry e seus amigos Hermione Granger e Rony Weasley sofrem muito. E são tentados a passar para "o lado Negro da Força". Aliás, um dos grandes defeitos do livro é justamente esse: depois de gastar centenas de páginas descrevendo as agruras do trio, a autora reservou muito pouco espaço para o tradicional "felizes-para-sempre".

No entanto, as revelações que assombram os leitores no decorrer da narrativa fazem valer a pena o sofrimento de vê-los perdidos na luta contra Voldemort, uma espécie de Darth Vader do mundo dos bruxos. Harry Potter não descobriu que é filho de Lord, mas a história mostrou que a autora guardou alguns ases na manga para o último livro.

A obra mostra um texto menos centrado em Harry e com mais espaço para a história de outros personagens. É o caso de Rony, Albus Dumbledore e até mesmo Severo Snape. É por meio das revelações sobre outros personagens que ele descobre como, afinal, pode derrotar seu arquiinimigo. E, como conseqüência, o leitor ganha de brinde acesso a um mundo pouco explorado nos outros seis livros da saga.

Não dá para comentar o melhor dessas histórias paralelas. Mas é possível adiantar que J.K. Rowling guardou boa parte das revelações mais saborosas para o final. O que pode-se dizer é que, no fim, Harry Potter se torna mais uma grande história de amor. Do protagonista por seus amigos e pela liberdade. Dos pais de Harry por ele. Mas, também, de Albus Dumbledore por Gellert Grindelwald.

Recentemente a autora revelou a um grupo de fãs que o diretor da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts era apaixonado por seu rival e foi justamente a decepção amorosa que marcou sua luta contra o Mal. Grindelwald foi amigo de Dumbledore na adolescência, mas depois se tornou partidário das Artes das Trevas. O relacionamento entre os dois é fundamental para a trama.

E é em Hogwarts, uma das paixões de Harry, Dumbledore e Voldemort, que a saga se encerra. A Ordem da Fênix (os Jedis da história), grupo de bruxos que lutam contra Voldemort, enfrenta os Comensais da Morte, partidários do bruxo do Mal. Enquanto vê seus amigos se ferirem (e alguns até morrerem), Harry se encaminha para o duelo final e descobre que, como diria Yoda, a Força sempre esteve com ele.

Harry Potter e as Relíquias da Morte é uma leitura de despedida. É hora de abandonar o mundo mágico do bruxinho e procurar um novo hobbie. Com esse fim, acabam também a histeria dos fãs que aguardam o livro com ansiedade, lotam as livrarias vestidos a caráter e enchem os fóruns da internet com spoilers (informações inéditas sobre a história) e fanfics (histórias dos fãs baseadas nos personagens). Mesmo assim, também é muito bom saber que o dia do final feliz finalmente chegou.

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