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O diretor Julio Bocca procura equilibrar técnica e interpretação em busca da conexão com o público | Divulgação
O diretor Julio Bocca procura equilibrar técnica e interpretação em busca da conexão com o público| Foto: Divulgação

Programe-se

Ballet Nacional Sodre

Teatro Guaíra – Grande Auditório (R. XV de Novembro, 971 – Centro), (41) 3304-7900. Dia 10 de setembro, às 21 horas. R$ 106 e R$ 56 (meia-entrada).

As cortinas do Teatro Guaíra se abrem amanhã, 10, para a primeira turnê brasileira do Ballet Nacional Sodre, do Uruguai, um das mais tradicionais companhias de dança da América do Sul. Depois de anos de dificuldades sem ter uma sede para ensaiar, o grupo desembarca no Brasil com repertório versátil, que retrata seu atual momento sob a direção do argentino Julio Bocca, considerado um dos maiores dançarinos da história do balé mundial.

O repertório da apresentação em Curitiba vai do clássico ao contemporâneo, com peças como El Corsario, Without Words, Sinfonietta e Tango & Candombe. "Não sou filosófico. Me ponho no lugar do público e me pergunto o que eu gostaria de ver", explica Bocca.

O diretor conta que a ideia é mostrar o talento e a versatilidade dos bailarinos, com obras que provoquem diferentes sensações no público. "Uma obra contemporânea como Without Words é a comunicação dos corpos sem a palavra, uma conexão de olhares, de movimento. Disto passamos para a Sinfonietta, que traz paz, é muito alegre, jovial e fresca."

A turnê brasileira também inclui apresentações em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, com coreografias como Doble Corchea, Instantánea e A Sagração da Primavera.

Primavera

Depois de quase 40 invernos sem uma casa, o Sodre, que completa 78 anos em 2013, parece viver a própria primavera.

O Auditório Nacional Adela Reta, que lhe servia de palco, pegou fogo em 1971 e só foi reaberto em 2009.

A partir do ano seguinte, quando assumiu a direção artística, Julio Bocca coordenou as piruetas que fizeram a companhia dar um salto e emergir das cinzas para tempos melhores, e modernos – com direito a um divertido harlem shake no YouTube.

Hoje, a companhia conta com 65 bailarinos, passou a promover turnês internacionais e concursos anuais, além de ter grandes maestros e coreógrafos como convidados. "É um aprendizado dia a dia. Me sinto muito contente por tudo que conseguimos com a companhia em três anos. Acho que já deixei minha marca", conta Bocca.

Direção

Julio já dançou em gran­­des grupos, como o American Ballet Theatre, o National Ballet de Madrid e a Ópera de Paris, mas conta que é um desafio dirigir uma companhia. "Estou cada vez mais exigente. Há muito talento, mas, às vezes, [os bailarinos] se preocupam mais com a técnica do que com a interpretação, esquecem dos olhares de cumplicidade e de confiança, da conexão que transmite algo mais ao público."

Pensando sempre em quem assiste, o ex-bailarino dirige saltos com os pés no chão e o coração. "A dança para mim é emoção, é liberdade, energia, tristeza, alegria, não só saltar e girar. O truque é ser um artista, sentir o que está fazendo. Se você sente, isso chega ao público."

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