Sambista Mané do Cavaco é enterrado no Rio

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O músico Mané do Cavaco, sambista parceiro de Martinho da Vila desde os anos 1960, morreu na última terça-feira. A informação foi confirmada hoje pela assessoria de imprensa do cantor. Nascido no município de Sapucaia, no Rio, Mané do Cavaco é considerado uma figura importante para a popularização do cavaquinho. Ainda na década de 1970, o sambista acompanhava o compositor Darcy da Mangueira, em shows no Teatro Opinião. Dono de uma batida firme e consistente, ele foi recomendado por Darcy a Martinho da Vila, que procurava um cavaquinista para gravar em seu disco. "Na época, o cavaquinho não estava em alta. Eu procurava alguém para tocar, mas todos os cavaquinistas vinham mais do chorinho, não faziam batida de samba. O Darcy me disse que tinha um cavaquinista que eu precisava conhecer. Eu disse a ele que iria ver o Mané tocar com ele no Opinião. Gostei e passamos a gravar juntos", disse Martinho. "Ele gravou meu primeiro sucesso, "Casa de Bamba". Todos os meus sucessos iniciais foram baseados no cavaco do Mané. Fiz até uma música para ele: "Foi no balanço do cavaco do Mané, que o meu samba devagar foi dando pé". Ele influenciou todos os cavaquinhos do samba. Inclusive o Alceu Maia, que é o herdeiro do Mané", completou Martinho. Além do sambista de Vila Isabel, Mané do Cavaco gravou com nomes como João Nogueira, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho e Monarco. "Tive a honra de ter ele tocando nos meus discos. Quando Martinho gravou meu primeiro sucesso, 'Tudo, Menos Amor', era o Mané que tocava o cavaquinho. O samba perde uma figura importantíssima. Ele não era músico de estudo, não lia partitura nem cifra, mas tinha um ouvido excepcional, uma batida de terreiro, uma palhetada diferente. Perde o samba e perde a música brasileira. Hoje a Portela faz 90 anos, os portelenses estão com o coração cheio. Eu e a Velha Guarda estamos felizes pela data, mas, ao mesmo tempo, estamos muito sentidos com a morte do Mané", disse Monarco.