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Rodrigo Santoro (no centro da foto) vive o papel de Raúl Castro, irmão de Fidel | Divulgação
Rodrigo Santoro (no centro da foto) vive o papel de Raúl Castro, irmão de Fidel| Foto: Divulgação

Rodrigo Santoro disse ao diretor Steven Soderbergh que faria qualquer coisa para estar em Che. Ele fez uma entrevista com o cineasta norte-americano em que fez questão de deixar claro seu interresse.

Nessa conversa, a produtora Laura Bickford apareceu com uma fotografia de Raúl Castro aos 20 anos, chamando a atenção de Soderbergh para a semelhança entre o cubano e o brasileiro.

No calor da discussão, Santoro chegou a argumentar que um filme sobre uma revolução latino-americana não podia ficar sem ao menos um ator brasileiro no elenco, pois se trata do "maior país do continente!", exclamou o ator.

Assim, ele ganhou o papel de Raúl Castro quando ele tinha apenas uma fala no roteiro – ainda não havia sido trabalhado pelo roteirista Peter Buchman, o mesmo de Eragon e Jurassic Park 3. Atualmente, Buchman trabalha na adaptação do romance O Afinador de Piano, de Daniel Mason, para Werner Herzog.

Enquanto as filmagens não começavam, Santoro teve de aprimorar o seu espanhol com um professor cubano, capaz de lhe ensinar inclusive o sotaque da ilha caribenha. Além da língua, foi conhecer o país, por onde viajou de Havana à Sierra Maestra.

Recém-chegado de Roma, onde apresentou o filme Os Desafinados, Santoro disse que se emocionou ao assistir a Che pela primeira vez, no Festival de Cannes realizado em maio passado. "Senti muita gratidão por ter feito o filme", contou. "É um projeto que merece respeito porque trata de um fato importante para a história do mundo."

"Não é uma tentativa de dizer se Che foi bom ou mau. E sim de tentar entender quem foi o homem. Ele é uma figura polemica e existem muitas opiniões a seu respeito."

Hoje, numa época que muitos gostam de retratar como a da falência dos ideais, Che, na opinião de Santoro, surge exatamente para rebater esse ceticismo. "Che era um idealista e ele dizia ‘morrem as pessoas, mas as idéias ficam’."

Para o brasileiro, Del Toro no papel do revolucionário argentino tem "profundidade e precisão".

Se as idéias ficam, a que o filme Che pretende defender é que não se pode ignorar o sofrimento das pessoas. "Se você bater na minha cabeça várias vezes, uma hora eu vou me encher dessa situação e bater em você de volta", disse Benicio Del Toro. (IN)

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