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O Oasis foi a única banda do britpop a fazer sucesso fora da Grã-Bretanha no auge do "movimento". Ao contrário de colegas como Pulp e Steroephonics, que nunca tiveram grande projeção mundial, ou Blur e Verve, que tiveram seus hits internacionais na segunda metade da década de 90, o Oasis alcançou o topo das paradas do mundo com seu segundo álbum, "(What’s the story?) Morning glory" e músicas como "Don’t look back in anger" e "Wonderwall".

Porém parece que há mais de uma década o Oasis abandonou os refrões de balançar estádios (ouvidos pela última vez em "Be here now", terceiro disco da banda, de 1997) em favor de um rumo voltado à psicodelia – emulando Kinks, Beatles fase "Magical mistery tour" e o The Who fase "Magic bus". As declarações dos irmãos Gallagher (Liam e Noel, líderes da banda) na imprensa davam conta de que este "Dig out your soul" seria uma "volta às raízes".

Porém, se depender das 11 faixas do seu novo álbum, a "década perdida" do Oasis deve durar mais algum tempo.

As citações conhecidas aos Beatles continuam (como no caso da melodia de "Dear Prudence" no final de "The turning"), os vocais arrastados de Liam também estão presentes, os riffs de guitarra seguem gritando, mas nada de significativo parece acontecer. Enredado pelas próprias fórmulas e míope pelo ego, o Oasis está longe de exercer alguma influência fora de seu próprio feudo de fãs.

"The shock of the lighting" oferece algum gosto de rock estradeiro, "To be where there´s life" tenta brincar de música indiana com uma cítara de brinquedo, "Bag it up" é daquelas que o grupo usaria para levantar a platéia, mas parece patinar em si mesma.

Isso incomoda o Oasis? "Não tenho nada a provar", canta Liam em "Ain’t got nothin’". O ouvinte também não, e a banda corre o risco de receber uma resposta na mesma moeda, com a letra de "Waiting for the rapture": "eu disse que eu estou cansado".

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