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Solidão em grandes metrópoles é o tema central de Medianeras, que será exibido no Cineclube Contramão | Divulgação
Solidão em grandes metrópoles é o tema central de Medianeras, que será exibido no Cineclube Contramão| Foto: Divulgação

Top 5

Saiba quais foram as sessões mais movimentadas nos cinco anos do Cineclube Contramão:

• Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), de Jacques Demy.

• A Trilogia do Silêncio, de Ingmar Bergman, composta pelos filmes Através de um Espelho (1961), Luz do Inverno (1962) e O Silêncio (1963).

• Rocky Horror Picture Show (1975), de Jim Sharman.

• À Meia-Noite Levarei sua Alma (1963), de José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

• Maus Hábitos (1983), de Pedro Almodóvar.

"Não parece que a gente viajou?." Essa foi a frase dita por um cinéfilo após assistir – junto com outras 24 pessoas – a Trilogia do Silêncio, de Ingmar Bergman. E foram essas as palavras que fizeram o artista vi­sual Tom Lisboa, criador do Cineclube Contramão, continuar o seu projeto, que comemora seis anos. Hoje, às 18 horas, no Espaço Cinevídeo (da locadora Vídeo 1), tem início a sexta temporada de atividades da "associação de cinéfilos" com o longa-metragem argentino Medianeras, de Gustavo Taretto, que não estreou nos cinemas de Curitiba e foi o vencedor do Kikito de melhor filme estrangeiro no Festival de Gramado do ano passado.

Lisboa, que ministrava regularmente cursos de Cultura Cinematográfica com o objetivo de "ensinar" a ver cinema, começou a promover as sessões para mostrar aos alunos do curso alguns filmes citados durante as aulas. "Depois, os alunos trouxeram amigos e o evento foi se expandindo", conta. Na época, o artista tinha por hábito frequentar dois cineclubes (um na sexta-feira e outro no domingo), por isso, decidiu criar o seu aos sábados e continuar prestigiando os outros. Em cinco anos foram exibidos 200 filmes. "São títulos que eu descubro, associações que faço entre produções de diferentes países ou até mesmo homenagens. Na época em que faleceram Ingmar Bergman e Michelangelo Antonioni, por exemplo, uma sessão temática era mais do que obrigatória."

Outro critério de Lisboa é diversificar temas e estilos ao máximo. "Depois de Medianeras, exibirei Moscou, de Eduardo Coutinho, que foi realizado com o Grupo Galpão. Fiz esta escolha porque o grupo estará na cidade se apresentando no Festival de Curitiba. O principal é exercitar a diversidade estética e temática." Um dos filmes considerado a essência do Contramão é O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. "É uma produção debochada, irreverente, experimental, com baixíssimo orçamento e, como se fosse pouco, genial. Sempre que possível, busco um título que homenageie o filme", diz o criador do Cineclube, que ressalta também o fato de o espaço não ser um lugar somente para iniciados, mas para o público que quer ter uma relação mais aprofundada com o cinema. "Por isso, sempre distribuo textos para leitura e faço uma apresentação antes de cada sessão."

Argentino

O ótimo Medianeras, dirigido por Gustavo Taretto, fala sobre a vida de Martín (Javier Dorlas), um desenvolvedor de sites cheio de fobias que busca alento nos antidepressivos e nas relações virtuais, e de Mariana (Pilar López de Ayala), uma arquiteta que trabalha como vitrinista com medos semelhantes aos de Martín. Ambos moram na mesma avenida de Buenos Aires, se cruzam diariamente nos poucos momentos em que saem de seus pequenos apartamentos, mas demoram para se conhecer. O título do longa-metragem é uma expressão usada para denominar a fachada cega de prédios, e uma metáfora arquitetônica para falar de solidão urbana em uma era onde, supostamente, tudo é conectado. O filme foi um dos mais bem-recebidos pelo público no último Festival de Cinema de Gramado.

Serviço:

Medianeras, de Gustavo Taretto, no Cineclube Contramão. Espaço Cinevídeo (R. Padre Anchieta, 458 – Mercês), (41) 3223-4343. Hoje, às 18 horas. Entrada gratuita. Mais informações sobre o Contramão no site www.sintomnizado.com.br/contramao.

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