Seres canibais perseguem garotas em "Abismo do medo"

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"Abismo do medo", do britânico Neil Mashall, estréia nesta sexta-feira nos cinemas como um dos melhores filmes do gênero horror dos últimos tempos. Como aconteceu quando foi lançado em outros países, onde foi sucesso de crítica e público, o thriller deve arrancar muitos gritos da platéia.

A história, ao estilo de "Viagem maldita", mostra um grupo de amigas em uma viagem de rafting que termina num acidente automobilístico pavoroso.

Ainda sob o efeito da morte de seu marido e de sua filha, um ano antes, a abalada Sarah (Shauna Macdonald) concorda em ir com suas amigas em outra expedição radical, agora para explorar cavernas num local isolado das montanhas Apalache.

Sem que as outras garotas saibam disso, a líder destemida do grupo, Juno (Natalie Mendoza), escolhe de propósito um conjunto de cavernas que não consta dos livros dos guias especializados -- supostamente para que as garotas possam reivindicar a descoberta do local.

Mas, depois que rochas se desprendem e bloqueiam a única saída, elas descobrem, primeiro, que não estão sozinhas, e, segundo, que estão sendo perseguidas por uma tribo de seres humanóides subterrâneos esfomeados.

A aventura empreendida por Sarah, Juno, Beth (Alex Reid), Rebecca (Saskia Mulder), Holly (Nora-Jane Noone) e Sam (MyAnna Buring) vira uma espiral de loucura, e tem início a contagem de corpos.

O roteirista e diretor Neil Marshall, que ganhou admiradores por seu primeiro longa, "Dog soldiers - Cães de caça", cria um clima de puro pavor envolvendo personagens convincentes que falam e agem como pessoas reais, em lugar dos arquétipos comuns dos filmes de terror.

Com o clima de claustrofobia febril bem estabelecido, Marshall deixa rédea solta ao diretor de maquiagem e efeitos Paul Hyett com seus "seres rastejantes" selvagens, cegos, gosmentos e translúcidos que lembram de certa maneira o falecido ator Klaus Kinski de péssimo humor.

O ambiente de pesadelo é intensificado com as cavernas de resina criadas pelo designer de produção Simon Bowles e o diretor de fotografia Sam McCurdy, que consegue superar a luz muito limitada no ambiente em que tudo acontece.