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Sessões do Supremo viram reality show

Com julgamentos televisionados, ministros da mais alta Corte do Brasil vivem espécie de Big Brother jurídico – por um lado, as câmeras favorecem transparência; por outro, inflam egos

 | Montagem sobre foto de Divulgação/STF: Adriano V. Carneiro/Gazeta do Povo
(Foto: Montagem sobre foto de Divulgação/STF: Adriano V. Carneiro/Gazeta do Povo)
Veja quem são os atores principais |

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Veja quem são os atores principais

Com as sessões de julgamento transmitidas ao vivo pela TV Justiça (às quartas e quintas-feiras, em regra), o Supremo Tribunal Federal tornou-se um tribunal pop, inserido em seu próprio reality show. Para se ter certeza disso, basta procurar a sigla STF no sistema de busca do Youtube (www.youtube.com). Além de encontrar o canal exclusivo do Supremo (única corte do mundo a manter um canal no Youtube, segundo se alardeia), o internauta vai se deparar com os momentos mais constrangedores (e engraçados) dos ministros. Sinal da popularidade: um dos vídeos com discussões acaloradas entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa já passou das 100 mil exibições. Atualizado, o STF tem também conta no Twitter (@stf_oficial), com mais de 57 mil seguidores.

Segundo o ministro do STF Marco Aurélio Mello, a transmissão das sessões pela TV Justiça permite que o Supremo se aproxime da sociedade de maneira transparente. "A atuação do Supremo fica escancarada na televisão. Além de permitir que o tribunal preste contas à sociedade, esse televisionamento é bom em termos pedagógicos à cidadania", disse o ministro à Gazeta do Povo.

Para a cientista política Maria Tereza Aina Sadek, diretora de pesquisa do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais, a cobertura do STF feita pela TV Justiça é algo único no mundo. "Nesse sentido, o nosso Judiciário é muito mais transparente do que os demais. Se isso é positivo por permitir um maior controle por parte da sociedade, há o risco de que a exposição seja inflada pelo aplauso", analisa Sadek. Na opinião do advogado Luís Roberto Barroso, professor de Direito Constitucional da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ), os julgamentos exibidos ao público trazem mais vantagens do que inconvenientes. "O Brasil é um país em que o imaginário popular crê que por trás de uma porta fechada estão ocorrendo tenebrosas transações. Nesse sentido, a possibilidade de o público acompanhar os julgamentos é muito interessante", afirma Barroso.

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