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Joinville – Cerca de 4.500 pessoas lotaram a arena no Centreventos Cau Hansen, em Joinville, na noite da última terça-feira, estréia da turnê brasileira Some Like It Hot, do grupo nova-iorquino Parsons Dance Company. Formada por bailarinos de todas as regiões do Brasil e por moradores de Joinville e redondezas, a platéia foi agraciada com um espetáculo composto por seis coreografias de forte impacto visual, movimentos graciosos, porém de alto vigor físico e muita musicalidade.

Entre flashes de câmeras fotográficas digitais – cuja utilização, por sinal, havia sido insistentemente proibida antes do início do espetáculo – a noite de gala do 24.º Festival de Dança de Joinville teve início ao som de obras de Mozart, com a coreografia "Wolfgang", criada por David Parsons em homenagem ao aniversário de 250 anos do compositor. Com figurinos modernos, inspirados em peças da época, o trabalho mesclou de forma equilibrada movimentos do balé clássico, entrecortados pela força abrupta típica da dança moderna.

Em seguida, iluminado apenas por um flash lateral de luz, o palco foi ocupado por dez mãos na peça "Hand Dance", que arrancou gritos e risadas da platéia, graças aos malabarismos e imagens formadas por palmas, dedos e braços dos dançarinos. O primeiro ato foi encerrado com "In the End", coreografia embalada por canções da Dave Matthews Band. De calças jeans justas e blusas coloridas – visual que atiçou a imaginação de marmanjos exaltados, que interromperam a apresentação com assobios mal-educados dirigidos às bailarinas – o grupo tentou expressar o medo usado pelos governantes como uma arma para manipulação, numa clara referência aos atentados terroristas que assolaram os EUA em 2001. A mensagem era otimista, com o grupo vencendo o sentimento de opressão e entregando-se à diversão, ao amor e à liberdade.

Após um intervalo de 20 minutos, o segundo ato teve início com a bela "Slow Dance", coreografia lenta e cheia de romantismo, que deixou a inquieta platéia um tanto ansiosa. O destaque da noite ficou por conta de "Caught", espécie de hit de David Parsons, que integra o repertório da companhia desde os anos 80. A coreografia consiste em registrar o topo dos saltos do bailarino Jeremy Smith com um estrobo, dando a sensação de que ele não toca os pés no chão e literalmente flutua pelo palco. A platéia não se conteve diante de tal apelo visual, reagindo com gritos e aplausos emocionados a cada piscada de luz. Fechando a noite, "Shining Star" foi a pe-ça mais pop da companhia, resgatando movimentos do jazz com trilha sonora de Earth, Wind & Fire, no maior estilo Broadway. Acessível, excitante e esteticamente perfeito, o espetáculo da Parsons Dance Company agrada e impressiona todos os tipos de público.

A repórter viajou a convite do evento

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