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Quarta-feira, dia 30 de novembro. Dia de acordar mais cedo, para ir trabalhar mais cedo, para poder sair mais cedo. Logo no dia em que a gente mais se programa para que tudo seja perfeito, parece que todos atrapalham, e no mundo do jornalismo, programar-se nem sempre adianta alguma coisa, mas vale a tentativa.

Bem, no fim deu tudo certo, até tempo de ir para casa, tomar um banho diante de um calor como há tempos não sentia em Curitiba, pegar o carro e seguir rumo à Pedreira Paulo Leminski. Ufa, carro na casa de um amigo para ficar mais seguro e mais uma pequena caminhada. Para que tanto empenho? Muito simples, é dia de show do Pearl Jam na capital, banda de Seattle ícone do movimento grunge, após dez anos de espera.

Entre uma passada e outra começa o falatório, grupinhos de amigos pra lá e pra cá, cavalo, moto, polícia, carros, ônibus de viagem e, de repente, da rua de cima já é possível ver lá embaixo o povão esperando pelo show de abertura, Mudhoney. Um mar de gente, mas muita gente. Mais de 16 mil pessoas. Muitos chegaram no dia anterior e outros do interior e até de outros estados. Afinal de contas, é Pearl Jam no Brasil, e tão pertinho. Nem pensar em perder.

Mudhoney já começou a tocar e muita, mas muita gente ainda querendo entrar. A sonzeira já está rolando, mas é preciso esperar a melhor amiga. Em um momento histórico como este, a presença dela é essencial, afinal de contas chegará o momento de dizer aos filhos: "A gente estava lá!". Confesso que nem vi direito a apresentação de Mudhoney. A maior preocupação mesmo era encontrar o melhor lugar para assistir ao grande show.

Público explode

Às 21h30, finalmente, o público explode com a entrada da banda no palco: Eddie Vedder (vocal), Mike McCready (guitarra), Stone Gossard (guitarra), Jeff Ament (baixo) e Matt Cameron (bateria). É hora de levantar os braços e curtir. Após umas quatro ou cinco músicas, Eddie se pronuncia, em português: "Saúde Curitiba", empunhando uma garrafa de vinho. E de repente, o vocalista desanda a falar em português. "Tiraram as pedras daqui, vamos pô-las de volta", fazendo uma brincadeira sobre o local.

Pensei: "Ele deve ter ficado a tarde inteira decorando isso", mas, devido à baixa estatura não havia percebido, ele estava lendo. Ah, bom! Misturando frases em português e inglês, Eddie classificou a Pedreira como um belo local e que em 15 anos de carreira da banda, estar no Brasil foi uma das melhores coisas que os aconteceu. A banda esbanjou simpatia e Vedder fez questão, por duas vezes, de percorrer o palco inteirinho, de um canto ao outro, para saudar os fãs, e foi muito bem retribuído com muitos gritos e acenos.

Com certeza o show teve momentos especiais para cada pessoa em particular, mas cinco músicas levantaram a galera de um modo geral. Quem tinha as letras na ponta da língua, ou conhecimentos do chamado "embromation", fez o show. Os fãs vibraram muito em "Do the evolution", logo no início, "Even Flow", "Last Kiss", "Alive" e, claro, "Jeremy". A banda ainda levou o público ao delírio quando fez uma homenagem ao amigo morto em 2001, Johnny Ramone, com a música "I believe in miracles". Joey também subiu ao palco da Pedreira com os Ramones, num show histórico em 1995.

Entre todos os shows que assisti, com certeza está no topo entre os melhores. A única queixa foi a falta do telão, bastante comentado principalmente entre os mais baixinhos que, por vezes, perdem momentos da apresentação.

O Pearl Jam já fez a alegria do povo de Porto Alegre, no dia 28 de novembro, no Ginásio Gigantinho. Agora a banda segue para São Paulo, com shows nos dias 2 e 3 de dezembro no estádio do Pacaembu, e para o Rio de Janeiro no dia 4, na Praça da Apoteose.

Não deixe de ler outra opinião: Pearl Jam tocou bem, mas prefiro ouvir em casa

InteratividadeE o show foi bom para vocês?

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