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Cartola: mestre de grandes e inesquecíveis canções | Divulgação
Cartola: mestre de grandes e inesquecíveis canções| Foto: Divulgação
  • Confira o que há de novo sobre Cartola

"Ainda é cedo amor, mal começastes a entender a vida." Cartola tentou compreender a existência e seus "dissabores" construindo poesia e música contundentes. O carioca, co-fundador da Estação Primeira de Mangueira, completaria 100 anos de vida hoje e seu legado já está eternizado na história da música brasileira. Aproveitando a data do nascimento do ex-pedreiro e lavador de carros, a importância de Angenor de Oliveira é destacada também com novos livros, Cd's e shows especiais em sua homenagem (leia quadro ao lado).

A 11 de outubro de 1908, um brasileiro negro nascia no Catete. Era o quarto filho de Sebastião Joaquim de Oliveira e Aída Gomes de Oliveira. O interesse pela música começou cedo: aos 8 anos, já pulava o carnaval carioca. Sua mudança para o morro da Mangueira, motivada pelos problemas financeiros que o perseguiram por toda a vida, foi fundamental para a aproximação com o mundo que conseguiu retratar tão bem. Cartola conseguiu traduzir em poesia a vida sofrida das favelas do Rio de Janeiro. No contra-turno de seus bicos como pedreiro, pintor de paredes, lavador de carros e vigia de prédio, dedilhava violão e cavaquinho e ia, aos poucos, compondo algumas de suas canções – simples e profundas – que integrariam um repertório de mais de 500 composições.

De talento indiscutível, Cartola – o apelido surgiu devido ao chapéu de coco que usava para proteger o cabelo do cimento que por vezes lhe caía na cabeça durante o trabalho – conseguiu transgredir qualquer barreira social e econômica, compondo músicas atemporais e universais.

O "trovador dos morros" gravou seu primeiro disco (Cartola), somente em 1974, aos 65 anos de idade. Anos antes, tal qual o companheiro Noel Rosa, venderia seus sambas a diversos cantores.

O primeiro, "Que Infeliz Sorte", de 1927, foi gravado por Francisco Alves. Nas década seguintes, continua as negociatas com Pixinguinha, João da Baiana e Donga, antes de se dedicar plenamente aos blocos carnavalescos. Em abril de 1928, Cartola e mais sete amigos reuniram os blocos do morro e fundaram a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, que leva as cores do Fluminense, seu time do coração.

Em 30 de novembro de 1980, falecia o autor de sambas sofisticados, como "O Sol Nascerá", "O Mundo é um Moinho" e "As Rosas não Falam." Cartola morreu pobre e sem fama: riu pra não chorar.

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