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A Fábrica foi documentado por Rosano Mauro: curta chegou à pré-seleção do Oscar | Rosano Mauro/Divulgação
A Fábrica foi documentado por Rosano Mauro: curta chegou à pré-seleção do Oscar| Foto: Rosano Mauro/Divulgação
  • Marco Novack e alguns dos trabalhos cinematográficos que fotografou
  • A icônica cena do filme Blow-Up e o cartaz do longa de 1966, centrado num fotógrafo de moda que se depara com um crime; Humphrey Bogart e Ingrid Bergman em Casablanca tornaram-se sinônimo de romantismo

Quando olhamos imagens de um filme, seja na internet ou impressas, temos a impressão de estar diante de um quadro filmado do curta ou do longa em questão. Mas não: num set de filmagens, um ou mais fotógrafos trabalham em silêncio profundo, registrando cenas para o futuro.

O material resultante, chamado de still, é importantíssimo para a divulgação do audiovisual e para servir de memorial dos inúmeros dias passados pela equipe imersa no projeto.

"Em alguns casos, me passam um briefing do que precisam ter, qual a cena mais forte, uma imagem que represente bem", conta Rosano Mauro, que tem registrado vários trabalhos da cidade, como o curta A Fábrica, de Aly Muritiba, que chegou a ser pré-selecionado ao Oscar, e o longa Circular, de Muritiba com outros quatro diretores locais.

Icônicos

Entre as referências para seu trabalho, Mauro cita cenas de Almodóvar e Hitchcock – esse último, de sobretudo, uma imagem típica de sua divulgação.

O fotógrafo Marco Novack fala das peculiaridades do trabalho num set. "No momento de gravação de som não posso fotografar. Quando termina uma cena, grito ‘still!’ e registro. Também chamo todos os atores num canto para fazer retratos, é importante depois."

No momento, ele registra O Coração Que Falava Demais, de Paulo Biscaia Filho. "O projeto tem quatro anos. Quando se chega ao set, aquele é o momento mais importante, e todos criam um laço de afeto com o trabalho que desejam registrar."

Ele lembra que as fotos de cena são essenciais para inscrever o filme em festivais, além de comporem o material gráfico, como cartazes, a capa do DVD e a própria bolacha do disco. Podem ainda agregar ao produto uma faixa extra de fotos ou um making of bem elaborado.

Silêncio

A habilidade de clicar sem atrapalhar atores e diretor acabou influenciando profundamente a carreira de Nicole Lima, fotógrafa paranaense. "Nem o cinegrafista interage com os atores. Só o diretor", conta.

O registro que ela fez do curta Balada da Cruz Machado, de Terence Keller, foi ainda em filme, ou seja, não era possível disparar dezenas de cliques por minuto, como ocorre com as máquinas digitais.

"É mais a arte de perceber a cena e pegar pontos fortes. Bem diferente de dirigir um modelo", explica a artista. Essa sensibilidade acabou sendo incorporada a seu perfil profissional: hoje ela é procurada para ensaios por gente que quer ser retratada como si mesma, sem muita interferência.

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