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The Pixies: banda das mais influentes dos anos 1990 voltou a tocar em 2004 | Divulgação
The Pixies: banda das mais influentes dos anos 1990 voltou a tocar em 2004| Foto: Divulgação
  • Filme de 75 minutos tem tom triste

Em 1992, Black Francis enviou um fax a seus companheiros de banda para anunciar friamente que deixaria os Pixies. Pouco tempo depois, o grupo formado em Boston, em 1985, se desmantelou, já que sua cabeça criativa havia, como se diz, dado para trás.

Francis seguiu em carreira solo, paralela, mas parecia mesmo que as coisas não tinham sido bem resolvidas com os eternos companheiros Joey Santiago (guitarra), Kim Deal (baixo) e Dave Lovering (bateria). Não foram mesmo. E para a alegria geral de várias nações, eles voltaram a tocar juntos em 2004.

O documentário loudQuietloud – A Film About the Pixies acompanha o grupo em sua primeira turnê pós-retorno. O filme dá várias respostas sobre o porquê da volta. E também revela uma banda problemática e triste, ainda que encantadoramente simples.

O momento não era fácil para ninguém. Naquela época, Kim Deal lidava de maneira mais séria com seu problema com o álcool. Estava sóbria há algum tempo e exigiu que não houvesse nem uma cervejinha amiga no camarim durante toda a turnê. O grupo aceitou.

Por outro lado, Dave Lovering, no meio da série de shows, perdeu o pai, vítima de câncer. Estava longe quando soube da notícia. E se afundou em remédios e na bebida para tentar aplacar a dor, que atrapalhou mesmo sua performance nas baquetas.

O guitarrista Joey Santiago tinha saudades da família. Entre um show e outro, falava com a filha pela internet. Se emocionava porque queria vê-la crescer de perto, mas optou por ser um rockstar profissional. Calado, Santiago chorava pelos cantos, escondido.

E Black Francis, em 2004, era meio que um resumo de tudo isso. Refletia o momento complicado do grupo cantando com ainda mais entrega. "Where is My Mind?", pergunta ele a si mesmo a certa altura do documentário, sussurrando.

Como se vê, o filme é denso e olha mais para as relações pessoais do grupo do que propriamente para suas apresentações. Mas é genial perceber que tudo o que está nos bastidores se transforma, por uma química inexplicável, em algo potente e verdadeiro quando a banda está no palco. O jeitão atabalhoado de Kim. Os olhos fechados de Francis. Um sorriso perdido de Joey. E as viradas certeiras de Dave.

Confusão

O caráter intimista do documentário chega a confundir, no sentido de expor as vísceras de um grupo de rock dos mais importantes dos anos 1990 que influenciou pelo menos três gerações, inclusive de músicos – Kurt Cobain disse que seu sonho era ter uma banda que pudesse soar como os Pixies.

Pois, a certa altura, não parecem grandes ídolos. E sim pessoas realmente comuns, mas unidas, seja pelo fracasso momentâneo ou pela luta em se livrar de algo – o álcool, por exemplo.

Família

Historicamente avessos à exposição, o quarteto deu carta branca aos premiados diretores Steven Cantor e Matthew Galkin para retratar um momento particular de uma banda que é, na verdade, uma família que voltou a se encontrar. O resultado é uma radiografia sensível e emocionante. GGGG

Serviço

loudQuietloud – A Film About The Pixies. Coqueiro Verde Records. Documentário. 75 minutos. R$ 23,90.

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