• Carregando...
Ravi Justin Freeman: instrumento africano seduziu os ouvidos do inglês desde que o músico ouviu disco de Stevie Wonder | Fotos: Divulgação
Ravi Justin Freeman: instrumento africano seduziu os ouvidos do inglês desde que o músico ouviu disco de Stevie Wonder| Foto: Fotos: Divulgação
  • Kora de Ravi: 24 cordas e tarraxas de violão

Se a palavra "kora" não significa nada para você, a chance de isso mudar acontece hoje à noite. O instrumento é uma harpa africana de 21 cordas originária do oeste africano. Para completar o rótulo de espetáculo de world music, quem a dedilha é o inglês Ravi Justin Freeman (confira o serviço do show). A apresentação faz parte do projeto Solo Música e acontece às 20h30 no Teatro da Caixa, em Curitiba.

Pesquisador na chamada música de fusão, há 25 anos Freeman desenvolve novas possibilidades sonoras para o instrumento. O inglês conta que a primeira vez em que bateu os olhos na kora foi no festival Womad, realizado na Inglaterra por Peter Gabriel. "Eram quatro tocadores. Foi um primeiro encontro maravilhoso, especialmente porque tive a chance de participar de uma oficina e depois ver a kora de perto", diz Freeman, que oferece um workshop sobre o instrumento às 19 horas de amanhã, no mesmo local do espetáculo.

Se o primeiro contato de fato de Freeman com o instrumento foi no festival de Peter Gabriel, sua memória auditiva já havia registrado aquele som único. "Eu primeiro ouvi a kora no disco The Secret Life of the Plants, de Stevie Wonder, e depois em Future Shock, de Herbie Hancock", comenta o inglês, que já lançou 15 álbuns e fez parcerias com Marlui Miranda – na música "Neuneuneu-Humanity"–, e no Afrobrasilian Project, em que participam os também os brasileiros Armando Marçal, Paulo Moura e Robertinho Silva.

O instrumento rústico é formado por uma cabaça, pele de vaca ou antílope, linha de pesca e madeira. Sua sonoridade é um meio termo entre a suavidade da harpa tradicional e a agilidade do violão flamenco. Ainda hoje a kora pode ser encontrada em países como Gâmbia, Senegal e Mali.

Como diferencial, a kora de Freeman tem 24 cordas e tarraxas de violão. Para se tocar, apenas o polegar e o indicador das duas mãos são utilizados.

Nos últimos 20 anos, o instrumento tem transposto os limites da sua tradição por intermédio de músicos africanos como Toumani Djabate, Fode Masa, Jali Musa Suso e Jawara, além de Ravi. A primeira referência conhecida vem do explorador escocês Mungo Park, em 1799. Ele descreve o instrumento como "uma grande harpa com 18 cordas."

Canto difônico

O concerto de Freeman torna-se ainda mais singular porque o músico alia, às melodias da kora, a técnica do canto difônico. Também conhecida como canto de garganta, é originária da Ásia e consiste em criar intervalos harmônicos e acordes com uma só voz. Traduzindo, é possível cantar duas notas ou entoar uma escala ascendente e outra descendente ao mesmo tempo. A técnica exige exercícios de respiração e concentração tipicamente asiáticos.

Serviço

Projeto Solo Música - Ravi Justin Freeman. Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dia 27 às 20h30. R$ 10 e R$ 5. WorkshopTeatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dia 28 às 19 horas. Entrada franca.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]