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Velocia reúne referências de toda a carreira da banda | Divulgação
Velocia reúne referências de toda a carreira da banda| Foto: Divulgação

Serviço

Velocia

Skank. Sony Music. R$19,90. Pop rock.

Depois de seis anos trabalhando com registros ao vivo e relançamentos comemorativos que se seguiram ao seu último álbum de inéditas, Estandarte (2008), a banda mineira Skank volta a apresentar novas canções no recém-lançado Velocia.

Produzido por Dudu Marote, que assinou trabalhos que estão entre os mais bem-sucedidos do grupo, e por Renato Cipriano, o novo álbum é marcado por parcerias de Samuel Rosa (voz, violão e guitarra) e Nando Reis, presente na gravação de três faixas.

"Depois de tanto tempo de carreira, tantos álbuns, às vezes é difícil entrar no estúdio. Tem que fazer algum sentido", conta Henrique Portugal, tecladista do grupo, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. Para o músico, o período sem lançar material novo foi importante para que a banda incorporasse novas referências, como o rocksteady do primeiro single do álbum, "Ela Me Deixou", o pop rock com pegada mais soul de "Do Mesmo Jeito" (parceria de Samuel Rosa com Lucas Silveira, da banda Fresno) e o synthpop presente em "Aniversário" (de Rosa e Lia Paris).

"Acho que a gente apostou em outras referências que não tínhamos usado de forma mais acentuada, embora não seja nada gritante", analisa Portugal. "Mas é um disco sem muita pretensão. Simplesmente quisemos fazer músicas boas que representem o que a gente pensa, está vivendo e enxergando", explica Portugal.

O músico conta que a banda penou para decidir por onde ir em um novo trabalho e que é um desafio para um grupo como o Skank conciliar suas inquietações artísticas com sua proposta voltada para multidões. "Não fazemos música para gueto", diz. "E, pra ser sincero, isso normalmente é o mais difícil. Porque você precisa fazer um trabalho que seja de aceitação do maior número possível de pessoas e ao mesmo tempo procurar ser criativo, ter qualidade. É um somatório de coisas que nos coloca em uma corda bamba", compara.

Opinião

Com pop rock caprichado, Velocia não decepciona nem surpreende

Velocia não decepciona ao se manter dentro de terrenos já explorados pelo Skank com uma abordagem maturada. A música jamaicana, as baladas, o pop rock inglês e outras referências mais modernas da banda mineira surgem reprocessados em canções geralmente bem trabalhadas – das belas melodias de Samuel Rosa às letras com parceiros variados (neste disco, com destaque para Nando Reis). A ótima faixa de abertura, "Alexia", é uma boa síntese.

Mas o novo álbum tampouco surpreende. "Do Mesmo Jeito", por exemplo, aposta em uma fórmula tão fácil que é quase possível usar sua base para cantar "Do Seu Lado", hit de Nando Reis. A tentativa de refletir o clima político e social do Brasil se sai um tanto desconectada e superficial em "Multidão". "Esquecimento" acrescenta pouco ao histórico de baladas como "Resposta" e "Sutilmente", e não chega a decolar. Velocia mostra o Skank em forma, fazendo bem o que sempre fez, com tudo o que isso tem de bom e ruim. GG1/2

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