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"Temos muito tesão de entrar em estúdio". É assim que o baterista do Skank, Haroldo Ferreti, resume a discografia da banda. Com 19 anos de estrada e 11 álbuns lançados, o grupo divulga na próxima semana o seu segundo registro ao vivo: um show no Mineirão para mais de 50 mil pessoas que virou CD e DVD pelo canal Multishow. A apresentação, aliás, vai ao ar neste domingo (12), às 22h30.

Segundo Ferreti, os integrantes não se preocuparam em criar novos arranjos para as 31 músicas que entraram no disco duplo. "É o que já fazíamos nos shows. Só temos ‘Tanto’, que saiu dos nosso repertório há um tempo e o Samuel puxou de improviso, e ‘Ali’, que o pessoal sempre pede", explica, citando faixas de CDs de 1993 e de 2004.

Um lado bacana do show é justamente analisar o repertório e ver como o estilo musical do grupo mineiro sofreu uma metamorfose ao longo dos anos, do reggae com ska de "Calango" (1994) a um certo brit pop da velha-guarda que marcou os últimos discos a partir de "Cosmotron"(2003).

Ao assistir a gravação, nota-se que "Jackie tequila", "Te ver" e outras "das antigas" animaram muito mais o público do Mineirão, mas Ferreti não acredita que faixas mais recentes, como a balada "Ainda gosto dela", não sejam também "de estádio".

"A banda mudou, tivemos algumas rupturas e público passou a nos enxergar desse jeito. ‘Resposta’ foi lançado há 12 anos depois de uma série de músicas vibrantes, então nada mais choca. Os fãs também apreciam a ‘fase violão’: veja um DVD do Queen e me diga se ‘Love of my life’ não é música de estádio também?", provoca.

"’De repente’, que é uma das três músicas inéditas do CD, é um reggae que parece de nosso primeiro disco", completa.

‘Não basta ser músico, tem de participar’

Apesar da forte ligação que o Skank tem com a capital mineira, Ferreti comenta que essa foi a primeira vez que a banda gravou um material ao vivo na cidade. E por se tratar do segundo registro desse tipo do grupo (em 2001 eles fizeram um "MTV ao vivo" em Ouro Preto), fica difícil não fazer a clássica pergunta de um projeto acústico, item que falta na discografia dos músicos.

"Toda vez que renovamos contrato com a gravadora ou lançamos algo novo surge o tema do acústico. Mas nunca tivemos vontade de fazer um! Não vou dizer nunca, quem sabe um dia não fazemos uma releitura ‘desvalvulada’ de nosso cancioneiro?", brinca.

O baterista cita que a escolha pelo estádio do Mineirão para a gravação foi até óbvia, devido a ligação do Skank com o esporte bretão – além do hino "Uma partida de futebol", a banda chegou a ter um uniforme oficial, criado por uma fabricante esportiva.

Ferreti diz que a sensação de tocar no estádio "dificilmente irá se repetir". Isso pode ser visto na reação dos integrantes durante o show – em certos momentos, o guitarrista e vocalista Samuel Rosa pega uma câmera de vídeo portátil e filma o público. O material é depois editado pelo baterista, que o disponibiliza no site oficial do grupo.

Outra curiosidade é que dá para notar o próprio Ferreti, em um trecho específico, apontando o seu celular para a plateia. "Foi um momento de registrar e twittar. O Skank, modéstia à parte, usa bem as novidades tecnológicas e se dedica a dar informações aos fãs. Hoje em dia não basta ser músico, tem de participar", ri.

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