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Festival de Curitiba

Sob chuva, "Sua Incelença, Ricardo III" lota arquibancadas no Largo da Ordem

Em seu último dia de apresentações a Companhia Clowns de Shakespeare enfrenta problemas técnicos causados pela chuva, mas termina o espetáculo ovacionada

 | Rubens Nemitz Jr / Divulgação
(Foto: Rubens Nemitz Jr / Divulgação)

Digna. Esta é a palavra que pode resumir a segunda (e última) apresentação da peça Sua Incelença, Ricardo III, da Companhia Clowns de Shakespeare, no Festival de Curitiba, na quarta-feira (30). A única peça de rua da Mostra Oficial enfrentou um típico "problema" curitibano: o clima. Uma forte chuva começou exatamente às 19h, momento em que os atores fizeram do Largo da Ordem um palco. Saiba tudo sobre os espetáculos da Mostra Principal 2011 do Festival de Curitiba

A apresentação, aliás, quase não aconteceu. Com as arquibancadas e o chão lotados de pessoas ansiosas pelo início da peça, a chuva atrapalhou o sistema elétrico e os atores, já em cena, precisaram voltar à posição inicial. O diretor da peça, Gabriel Villela, pediu desculpas e paciência enquanto os técnicos tentavam encontrar uma solução. "Se conseguirmos arrumar o sistema de iluminação, a peça vai acontecer, com chuva ou sem chuva", disse. Saiu desculpado e aplaudido.

Alguns minutos depois, as luzes voltaram e a peça recomeçou. A equipe corria de um lado a outro secando instrumentos, cobrindo o teclado e ajudando os atores a trocar as roupas encharcadas. Quem também se molhou foi a plateia, imóvel, sem se preocupar com a chuva que não parava de cair. Ah, e vale lembrar que guarda-chuvas e capas de plástico não ajudaram quem estava sentado na arquibancada. Afinal, ficamos todos molhados (sim, me incluo nesta catergoria).

Entre as incelenças nordestinas e o rock clássico inglês, com menções à banda Queen, os oito atores cantaram e tocaram instrumentos ao vivo, além de interpretarem mais de 15 personagens. No meio da peça as luzes novamente se apagaram. A plateia em uníssono soltou um "aaahh..." de tristeza. Talvez achassem que o espetáculo seria interrompido, mas os atores não pararam a apresentação. Mesmo no escuro e sem microfones, eles continuaram. E não demorou muito para o problema ser resolvido (de novo).

Mesmo com o texto shakespeariano arcaico e com a chuva comprometendo figurinos e cenários, a montagem se superou. Os atores se arriscaram com a parafernália elétrica em contato com a água e vez ou outra os microfones falhavam. Mas o esforço valeu a pena.

No fim da peça, dez minutos de aplausos da plateia em meio a gritos de agradecimento à equipe por ter superado os problemas. O elenco reverenciou três vezes e a chuva no rosto de algumas atrizes se misturou a lágrimas de emoção. Os guarda-chuvas nesta hora já começavam a se fechar: a chuva só durou até as 20h20, momento em que a peça terminou.

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