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O lema "viva rápido, morra jovem" (live fast, die young), relacionado ao mito do cinema James Dean, sempre esteve presente no rock. Jimi Hendrix, Jim Morrison e Kurt Cobain são alguns dos vários ícones do gênero que viveram excessos, testaram limites e acabaram no caixão antes dos 30 anos. Há outros que seguiram um caminho parecido e também desrespeitaram todos preceitos da boa saúde, mas, para surpresa de todos, continuam vivos.

Talvez o caso que deixe os fãs de longa data mais boquiabertos seja o de Keith Richards. Grande assunto da semana passada ao declarar que tinha cheirado as cinzas do pai misturadas a cocaína, o guitarrista dos Rolling Stones é algo à parte. Diferentemente de Iggy Pop e Ozzy Osbourne, ou mesmo de seu companheiro de banda Mick Jagger, Richards não adotou ginástica, alimentação balanceada ou qualquer regra saudável a partir de um determinado momento da vida. Pelo contrário, como o próprio músico disse uma vez, seu corpo é "um laboratório químico humano".

Aos 63 anos e 45 anos de carreira com os Rolling Stones, o músico inglês não dá mostras de tirar o pé do acelerador. Além de glorificar em entrevistas noitadas recentes, ele fez sua participação no filme "Piratas do Caribe III" em setembro de 2006 completamente bêbado. E, segundo agências de notícia à época, ainda ironizou: "Se queriam alguém sóbrio, pegaram o homem errado".

Essa durabilidade fez o ator Robin Williams soltar uma famosa piada em um show de comédia: "Depois de uma guerra nuclear, os únicos sobreviventes no planeta serão as baratas e Keith Richards".

Ironicamente, o dia em que o guitarrista teve sua vida mais em risco não envolveu (oficialmente) tóxicos: em abril do ano passado, Richards tentou subir em um coqueiro nas Ilhas Fiji, caiu e teve que passar por uma cirurgia no cerébro após sofrer uma concussão.

No entanto, mesmo na polêmica entrevista ao semanário "New Musical Express" em que revelou o "caso das cinzas", o guitarrista dos Rolling Stones disse que não é exemplo para ninguém. "Eu fiz tudo isso porque era o meu jeito de fazer, e agora as pessoas pensam que isso é um estilo de vida", declarou.

Iggy Pop

Hoje exemplo de estrela musical que resiste à decadência física, Iggy Pop, de 59 anos, um dos pioneiros do punk, sempre manteve a reputação de desordeiro e de ir até o extremo do compotamento rock. Os relatos de um dos livros mais importantes sobre o punk, "Mate-me por favor", mostram vários casos do cantor dos Stooges e seu envolvimento com a heroína durante todos os anos 70.

Em um deles, após dificuldades para encontrar uma veia para injetar droga nos bastidores, o cantor passou mal e vomitou em cima da platéia (e essa não era a primeira vez que isso acontecia).

Fora os excessos com narcóticos, Iggy Pop passava por perigos por seus modos extravagantes. Como relata o mesmo livro "Mate-me por favor", ao escolher ir com um vestido e seis flores na mão a um show de David Bowie, o vocalista dos Stooges foi espancado por um grupo de surfistas. Perdeu todos os dentes da frente e apareceu com pontos em cima e embaixo dos olhos.

Hoje, Iggy Pop mantém a atitude incendiária no palco, como foi visto nos shows no Brasil em novembro de 2005, mas, como delcarou à revista "Spin", mudou bastante seus hábitos para preservar a atual forma: "Para me sentir bem quando eu tinha 21 anos, tudo que eu precisava era fumar um baseado. Agora eu preciso desligar os meus fones de ouvido, fazer tai chi chuan por uma hora, beber uma xícara de café forte e ficar longe de pessoas más. Assim eu posso me sentir bem por uma ou duas horas".

Scott Weiland

Bad boy da nova geração, o cantor do Velvet Revolver Scott Weiland, de 39 anos, tem uma longa ficha de ocorrências relacionadas a drogas e a violência doméstica desde os tempos em que era o vocalista da banda grunge Stone Temple Pilots. Sua entrada no vício de heroína ocorreu, segundo ele próprio relata, por meio do guitarrista dos Butthole Surfers Gibby Haynes, também conhecido pelo comportamente excessivo turbinado por narcóticos.

Em 1995, três anos após o primeiro sucesso do STP, ele foi preso ao ser pego comprando crack. Sua condenação por posse de drogas impediu que o grupo excursionasse, prejudicando a promoção do disco "Tiny music..." (1996). Em 1998, ele atirou no próprio pé (literalmente) ao ser detido comprando drogas.

Ao ser solto e retirado da delegacia por sua então mulher, Weiland pediu para passar na casa de um traficante. Com a recusa da esposa, ele caiu do carro em movimento, foi até um telefone público e acertou um novo encontro para buscar mais drogas.

Pouco tempo depois, ele violou sua sentença de liberdade condicional e ficou preso por quase 250 dias, enfrentando o confinamento em uma solitária na primeira semana. Em entrevista à revista "Metal Hammer", o cantor aponta para razões familiares a sua dificuldade para se livrar dos vícios: "O inteiro lado da família da minha mãe era de alcoólatras. Todos eles estão em recuperação - exceto os que já morreram."

Weiland ainda se envolveu posteriormente em outras apreensões de drogas e acusações de violência doméstica. Seu caso mais recente aconteceu há apenas duas semanas. Depois de envolver em uma briga com a atual mulher, Mary, ela ateou fogo às roupas do vocalista do Velvet Revolver, e o caso acabou na delegacia. Resta agora ver como será o compartamento de Scott Weiland no Brasil, onde se tudo der certo, ele estará na próxima quinta (12) e sexta-feira.

Ozzy Osbourne

Um dos maiores nomes do heavy metal em todos os tempos, o cantor do Black Sabbath e ex-estrela de reality show, com 58 anos, é conhecido por histórias bizarras ao longo de sua carreira. Ozzy já foi preso por urinar em público no Texas no começo da década de 80, ganhou o noticiário por mastigar a cabeça de um morcego real jogado por alguém da platéia na mesma época e também é notória a história de que cheirou uma fileira de formigas após consumir largas quantidades de cocaína.

Sua primeira saída do Black Sabbath se deveu justamente a excessos com drogas. As coisas não melhoraram com o início de sua carreira solo e só tiveram uma ligeira mudança quando o cantor conheceu Sharon, sua mulher até hoje. Mas mesmo assim, durante quase toda a década de 80, o vocalista entrava e saía de clínicas de desintoxicação até culminar em uma tentativa de estrangulamento de Sharon. Ozzy foi preso pela polícia e teve de iniciar outro tratamento para se livrar de acusações formais.

Após experimentar um novo sucesso com o reality show da MTV "The Osbournes", em que revelava a intimidade de sua família, e apostar na ginástica como meio de manter o corpo limpo, Ozzy novamente se deparou com a reincidência do alcoolismo quando sua mulher enfrentou um câncer de cólon da qual está quase curada.

Anthony Kiedis

O vocalista do Red Hot Chili Peppers, de 44 anos, pode ter passado a maior parte de sua fase de sucessso sem problemas com drogas, mas o passado longínquo traz histórias escabrosas de alguém que esteve no fundo do poço.

O pai de Anthony Kiedis era traficante de drogas, influenciando o cantor para um início precoce no assunto. A partir do começo dos anos 80, Kiedis se afundou no vício, vagando pelas ruas de Los Angeles e procurando se esconder embaixo de pontes para injetar heroína - o que inspirou o maior hit do RHCP, a balada "Under the bridge".

Os anos mais barra-pesada também incluíram o testemunho das mortes de seu companheiro de Chili Peppers Hillel Slovak, guitarrista fundador da banda, e do amigo e ator hollywoodiano River Phoenix.

Em tempos recentes, seu problema mais sério, segundo declarou à revista "Blender", foi o vício em pornografia pela internet. "Obviamente sexo pode ter um lado obscuro." Hoje, ele se declara longe das drogas já há quatro anos e já planeja ter filhos com sua namorada Christie, de 20 anos.

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