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"Munique", de Steven Spielberg, deve entrar em cartaz dia 23 de dezembro nos Estados Unidos, mas o diretor, que já foi premiado com um Oscar, se esforçou pouco para promovê-lo. O filme mostra como Israel se vingou do assassinato de seus atletas por guerrilheiros palestinos nas Olimpíadas de Munique, em 1972.

Líderes de grupos judeus e muçulmanos, assim como diplomatas e especialistas em política exterior, vão assistir a "Munique" antes de seu lançamento nos Estados Unidos, no dia 23 de dezembro. Mas Spielberg evitou a mídia e as dispendiosas campanhas de promoção que costumam preceder o lançamento de um filme de grande estúdio.

A discrição do cineasta é estranha, já que "Munique" está sendo cotado como um dos favoritos ao Oscar de melhor filme.

Os sócios de Spielberg dizem que o diretor, reconhecendo o potencial de seu filme em provocar polêmica, insiste em deixar a produção falar por si mesma.

"Munique" é, sem dúvida, o filme mais político de um cineasta que não se esquivou de enfrentar questões difíceis, entre elas a do Holocausto em seu filme "A lista de Schindler", que lhe rendeu um prêmio da Academia.

- Ele não quis falar com ninguém até que as pessoas tivessem a chance de ver o filme - disse o porta-voz Marvin Levy. - Ele disse 'deixe-me fazer o filme, e então vamos mostrar o filme, e todo mundo pode achar o que quiser'.

Outro sócio envolvido na produção acrescentou:

- Sabemos que haverá polêmica. Só queremos garantir que seja uma polêmica bem informada.

Até essa semana, as únicas pessoas que viram o filme foram Spielberg, a produtora Kathleen Kennedy e o dramaturgo vencedor de um Pulitzer Tony Kushner, que ajudou a escrever o roteiro, disse Levy.

Imaginado como um thriller, o filme conta a história de agentes israelenses contratados para caçar e matar os palestinos suspeitos de planejar o assassinato de atletas israelenses nos Jogos de Verão em Munique, em 1972.

Filmado em Paris, Budapeste e Malta, "Munique" traz no elenco Eric Bana como o comandante do esquadrão de assassinos do Mossad (serviço secreto israelense). Também inclui Geoffrey Rush e Daniel Craig.

Spielberg deu a entender que seu retrato da estratégia de vingança de Israel não era muito elogioso e levantaria questões sobre a "guerra ao terror" dos EUA, criada depois de 11 de setembro de 2001.

Israel nunca admitiu publicamente a responsabilidade pela série de tiroteios, bombas e ataques que matou dez palestinos ligados ao Setembro Negro, o grupo por trás do assassinato dos atletas em Munique.

Seis membros da equipe de assassinos de Israel foram julgados por homicídio, e o Estado israelense chegou a pagar indenização à família de uma das vítimas, morta após ser confundida por um dos guerrilheiros.

O filme de Spielberg é baseado no livro "Vengeance", de 1984, e deve estrear no Brasil dia 27 de janeiro de 2006.

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