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Steven Spielberg pediu para que as redes de TV sejam cuidadosas com o que mostram no ar por causa do efeito que pode ter nas crianças, e disse que programas como as séries "CSI" (veiculada no canal por assinatura Sony) e "Heroes" (inédita no Brasil) são muito repulsivos.

- Hoje nós precisamos ser o mais responsáveis que podemos ser, não só pensando nas nossas crianças, mas nas crianças de nossos amigos e vizinhos - Spielberg disse à platéia de uma reunião dos diretores do órgão International Emmys na segunda-feira.

Spielberg condenou as chamadas promocionais que vão ao ar de programas de TV como "CSI: Crime Scene Investigation" que mostram "sangue e pessoas sendo dissecadas". Ele disse ainda que quando sua série favorita dessa nova temporada, "Heroes", da NBC, mostrou uma pessoa partida ao meio no horário das 21h, ele mandou que seus filhos menores saíssem da sala.

- Eu sou um pai muito preocupado - disse.

Spielberg falou que o cenário da televisão era muito mais homogêneo duas décadas atrás. Um de seus programas, "ER", não teria ido ao ar há 20 anos por causa de suas imagens fortes.

Dois dos filmes de Spielberg, "A lista de Schindler" e "O resgate do soldado Ryan", geraram polêmica durante suas exibições na televisão por causa da linguagem e das cenas fortes sem cortes. Mas Spielberg também fez uma famosa edição no lançamento do DVD de "E.T.: O extra-terrestre", em que um agente do Governo empunhava uma arma no filme original e passou a segurar um walkie-talkie no DVD.

Na entrevista em que respondeu perguntas do ex-correspondente da NBC News Garrick Utley e do público, Spielberg disse que o iPod video pode ser a moda do momento, mas não considera adaptar seus filmes para a telinha.

- Esse é um meio-termo em que eu tenho que estabelecer o limite - ele disse - Nós vamos filmar para a televisão e o cinema e deixar que exista uma larga distância entre isso e a telinha de três polegadas.

Ele disse ainda que acredita que as pessoas são animais sociais que vão preferir ir ao cinema a assistir a um show numa TV widescreen.

- Eu acho que as salas de cinema nunca vão desaparecer - afirmou Spielberg.

Mas para o o produtor-diretor que começou na TV dirigindo Joan Crawford em 1969 para um episódio da série "Galeria do terrror" ("Night gallery"), de Rod Serling, não está faltando trabalho para nenhum tipo de tela. Ele está desenvolvendo uma minissérie de cerca de 10 horas sobre a guerra dos Estados Unidos contra o Japão no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, parte dos 20% de seu tempo que ele estima ter trabalhado em projetos para a TV comparados aos 80% dedicados ao cinema.

Ele contou que seu trabalho em minisséries é "minha maior diversão" e gosta especialmente da possibilidade de desenvolver personagens. Ele comparou a série "Band of brothers", da HBO, em que ele desenvolveu personagens por horas, aos oito ou dez minutos que ele disse ter disponíveis num filme de duas horas.

Outro projeto é "On the lot", uma série de Spielberg e Mark Burnett que vai escolher um entre 16 aspirantes a cineastas para um contrato com o DreamWorks, estúdio de Spielberg. O programa vai ao ar no canal Fox. E há também a produção de outro filme da série "Indiana Jones", do qual Spielberg falou pouco.

- Ainda há vida na série - disse ele.

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