Depois de levarem cerca de 1,2 milhão de pessoas para a Praia de Copacabana - um dos maiores públicos de um show de rock de todos os tempos - os Rolling Stones se preparam para acrescentar outra façanha ao seu currículo de décadas de rock'n roll.
A empresa de promoção de eventos chinesa Emma Entertainment causou furor hoje ao anunciar o primeiro show da banda no país, a ser realizado no dia 8 de abril no Grand Stage de Xangai. O estádio, com capacidade para oito mil pessoas, venderá ingressos entre 300 yuans (US$ 37) e 3.000 yuans (US$ 370).
A notícia poderia ser apenas mais uma parada da turnê "A bigger bang", dos Stones, não fosse o fato de a banda tentar tocar na China desde a década de 70, sempre impedida pelo governo chinês, que a considerava pornográfica e nada recomendável para a juventude do país. No site do Ministério da Cultura, informa-se que a Emma Entertainment foi "autorizada" a convidar os Stones para se apresentar na China.
Na verdade, a banda pretendia se apresentar em 2003 nas cidades de Xangai e Pequim, mas o surto da Síndrome da Deficiência Respiratória Aguda (Sars) acabou fazendo os Stones desistirem dos shows. Mesmo hoje, os CDs dos Rolling Stones não chegam a ser encontrados facilmente nas lojas piratas das grandes cidades chinesas, com exceção de algumas coletâneas, em especial o CD "Forty licks".
A empresa Emma Entertainment não explica porque apenas Xangai será contemplada pelo show, mas uma boa pista está nas próprias características da cidade, a mais rica e cosmopolita da China hoje. Xangai vem recebendo estrelas da música internacional de ontem e de hoje, como Elton John, Jamie Cullin, Mariah Carey, Norah Jones, entre outros.
Pequim, apesar de sede do poder e da imensa quantidade de jovens que migram para a capital atrás das melhores universidades, é parada apenas de bandas e artistas ocidentais que poderiam ser enquadrados na categoria "teen inofensivo", como boys bands na linha Backstreet Boys ou o pop açucarado de Taiwan Jay Chow.
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