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Quase Irmãos: Will Ferrell e Judd Apatow em uma comédia viva e virulenta | Divulgação
Quase Irmãos: Will Ferrell e Judd Apatow em uma comédia viva e virulenta| Foto: Divulgação

São Paulo - Em Quase Irmãos, em cartaz em São Paulo e ainda inédito em Curitiba, Will Ferrell e Judd Apatow voltam a dividir créditos de produção depois de Ricky Bobby – À Toda Velocidade. Seguindo a lógica do "filme de turma'', o ótimo John C. Reilly se junta à trupe outra vez. Ferrell e Reilly, além de viverem os personagens principais, também escreveram o argumento, em parceria com o diretor Adam McCay.

E que argumento. Brennan (Ferrell) e Dale (Reilly) têm mais de 40 anos, mas ainda moram, respectivamente, com a mãe (Mary Steenburgen) e o pai (Richard Jenkins). Quando estes se casam, os "rapazes'' se tornam irmãos. É o pretexto para que os dois marmanjos se entreguem ao comportamento mais infantilóide possível.

Sujeira

O tom, mais uma vez, é audacioso. O que parece besteira vai se revelando uma subversão dos padrões estabelecidos da comédia politicamente correta. O filme desfila piadas agressivas, mas é incrível como esse tom não chega a ser ofensivo. Ao escrever sobre Quase Irmãos, Roger Ebert, o mais famoso crítico americano, pergunta-se quando as comédias hollywoodianas se tornaram tão agressivas, e diz ter se sentido sujo quando o filme acabou.

Mas é interessante comparar essa "sujeira", por exemplo, com os american pies da vida – que são tão ou mais "sujos", mas não chegam aos pés em termos de eficiência cômica e capacidade crítica. Vale destacar a cena em que Brennan e Dale são atacados por crianças marrentas e abusivas – bem como a inevitável vingança, que vem perto do fim.

Na verdade, Quase Irmãos pode ser visto como o mais potente ataque cinematográfico a determinados valores da Era Bush. No entanto, o filme não é uniforme. Há um desnível entre as piadas e determinadas situações, e a trama, vez ou outra, se arrasta. Mas o resultado é impressionante tendo em vista seu absurdo ponto de partida e o ponto a que chega – uma comédia viva e virulenta.

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