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Multiétnico

• Irina Palm é uma co-produção da Alemanha, Bélgica e Inglaterra.

• O longa-metragem reúne uma equipe oriunda de vários países: o diretor Sam Garbaski é alemão; a atriz Marianne Faithé inglesa; o ator Miki Manojlovic é iugoslavo; e o roteirista Phillipe Blasband é iraniano.

Berlim, Alemanha – Ao chegar ontem para conversar com a imprensa, o quase desconhecido diretor alemão da Bavária, Sam Garbaski, recebeu intensos e calorosos aplausos. Não era como das outras vezes o peso do nome, casos de Clint Eastwood, Robert de Niro ou Steven Soderbergh. Os aplausos eram para o seu filme Irina Palm, que disparou no júri da Screen, colocado em primeiro lugar na avaliação dos críticos. E, se a reação do público for levada em conta pelo júri, a zebra deste ano para o prêmio máximo da Berlinale poderá ser para essa surpreendente comédia dramática.

Já a estrela do filme é sim, um nome considerável: a atriz e cantora inglesa Marianne Faithfull, que interpreta Maggie, uma viúva de 50 anos e mãe de um filho único. Ainda se recuperando da morte do marido, Maggie vai levando sua vida rotineira e tranqüila num subúrbio londrino. Inesperadamente, no entanto, ela se vê numa situação desesperadora e precisando muito de dinheiro, pois seu neto, Ollie, é diagnosticado com uma doença rara e precisa ser submetido a um tratamento na Austrália.

Depois de tentativas frustradas de conseguir um emprego, que possa lhe render o dinheiro que precisa, ela bate com um pôster numa vitrine, que anuncia uma possibilidade de trabalhar no "Mundo Sexy", uma casa de sexo variado. Ao se candidatar ao cargo de "manipuladora", ela deixa Micky (Miki Manojlovic), o dono do negócio, completamente aturdido. Mas igualmente muito intrigado, ele decide lhe dar o emprego, tendo em vista sobretudo as mãos macias de Maggie.

Sob o pseudônimo de Irina Palm, Maggie conhece seus primeiros clientes anônimos e, corajosamente, se esforça ao máximo para dar o melhor de si. Rapidamente ela se torna a melhor empregada da casa e os clientes fazem fila para serem atendidos por ela. Micky, por sua vez, fica fascinado com a forma como Maggie se aplica para conseguir manter o emprego e começa a se sentir atraído por ela.

Embora Irina Palm seja um filme que reuniu uma equipe de várias nacionalidades – o diretor é alemão, Marianne é inglesa, Manojlovic é iugoslavo e o roteirista Phillipe Blasband é iraniano –, Garbarski conseguiu criar uma perfeita unidade no grupo e tudo parece ter funcionado. "Eu não sei como pude dirigir esse filme. Acho que foi química, foi mágica. Eu vivi esse projeto dentro de coincidências, todas felizes. Aliás, minha vida tem sido assim", diz o tímido e muito simpático Garbaski.

Um ponto alto é o excelente desempenho de Marianne. "Eu estava num vôo e li que Marianne estava fazendo um filme com Sofia Coppola em Paris. Pensei de imediato: é ela. Nos encontramos depois em Bruxelas e deu certo", conta o diretor.

"Meu papel mostra esse comércio sexual. Não é uma coisa divertida para as mulheres. Mas nosso filme não glamouriza a coisa. Tentamos mostrá-la com o maior realismo possível", diz Marianne, recuperada recentemente de um câncer de mama e que, em março, começará uma turnê musical que havia adiado.

Irina Palm, um comovente filme sobre o que as pessoas se dispõem a fazer por quem amam, é certamente um dos candidatos ao Urso de Ouro, embora cabeça de júri seja sempre uma incógnita. Mas considerando seu excelente roteiro e que o presidente do júri é o também diretor e roteirista Paul Schrader (Taxi Driver), isso pode ser um apelo a mais para o prêmio.

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