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"A pessoa é para o que nasce" é uma das boas atrações em cartaz nos cinemas da capital paranaense. O título, ao mesmo tempo sugestivo e determinante, vai de encontro à proposta do documentário de Roberto Berlinder, que é mostrar a vida de três irmãs cegas: Regina, Maria e Conceição. A vida dura, em meio à paisagem áspera do sertão brasileiro, em Campina Grande, na Paraíba, é o cenário das irmãs que ganham a vida tocando ganzá em feiras livres e na rua.

Apesar das dificuldades elas enfrentam a vida com serenidade e muitos planos. A inocência delas, na relação com outras pessoas e diante dos fatos da existência, chama atenção na fita. Outro ponto que toca é a efemeridade do sucesso, tão falado e pouco questionado, que o diretor pincela, ao lembrar que eles tiveram um relativo sucesso na mídia nacional. Essas colocações justificam a reedição do documentário, que surgiu em 1997 como um curta-metragem de 6 minutos. Em 2004 ganhou uma versão de 84 minutos, lançada nos EUA, que os curitibanos podem conferir na Cinemateca, até a quinta-feira (31).

São cenas que mostram pessoas excluídas de todo benefício, situação bastante comum no Brasil, mas talvez sem visibilidade. Você imagina alguém, no ano de 2002, com dificuldades em falar ao telefone? Ou como é a existência em uma casa com três pessoas cegas? Se quiser ver a vida diferente aproveite para conferir esta produção.

Confira os horários na programação dos cinemas

giseler@rpc.com.br

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