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Pierre Lapalu é o curador de uma curiosa exposição de desenhos, Etnógrafo Naïf,  que entra em cartaz hoje na Galeria Serendipe |
Pierre Lapalu é o curador de uma curiosa exposição de desenhos, Etnógrafo Naïf, que entra em cartaz hoje na Galeria Serendipe| Foto:

Um exercício de ficção

O desenhista Joaquim Nunes de Souza (1982–2004), um ta­­lento precoce, que enfrentou adversidades como a pobreza e uma esquizofrenia desenvolvida poucos anos antes de morrer de pneumonia, aos 22, finalmente recebe o reconhecimento que merece.

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  • A galeria inaugurada em maio é organizada de maneira a agregar artistas de diferentes poéticas, trajetórias e faixas etárias e atrair públicos diversos

Gissele Chapanski adora o congestionamento que se forma diariamente na esquina da Rua Augusto Stellfeld e da Alameda Pru­­dente de Moraes. "Os motoristas olham ao redor, para se distrair, e acabam atraídos pela nossa fa­­chada", conta.

Ela é uma das proprietárias da Galeria Serendipe, novo empreendimento dedicado à arte em Curitiba que, desde março, ocupa parcos 45 m² de uma casa antiga na es­­quina entre as duas ruas. O suficiente para encher de curiosidade os passantes que, através dos janelões envidraçados, percebem cheios de curiosidade a profusão de telas e esculturas expostas de modo um tanto caótico pelo espaço pintado de cinza-chumbo. "A visitação tem sido bem alta. Já chegamos a contar 22 pessoas ao mesmo tempo aqui dentro", conta a galerista.

Não é desleixo. A disposição das obras – penduradas pelo teto como móbiles, encostadas no chão ou afixadas em cima da porta de entrada – é caso pensado. "Queríamos fugir do formato acadêmico, convencional, fazer com que o público veja as obras com um olhar randômico, semelhante ao que temos na vida, em que prestamos atenção naquilo que nos interessa", diz Gissele.

Para muitas pessoas que en­­tram ali, a experiência tem sido inaugural. "Um senhor perguntou se a gente havia pintado todos os quadros. Parece que a ideia de galeria ainda é algo incomum em Curitiba, as que existem estão afastadas das ruas", conta Sérgio Au­­gusto Kalil, outro dos quatro sócios do espaço. Há também Natália Saliba e Rodrigo Dheda.

O lema da galeria, "Por uma ar­­te sem fronteiras", revela a intenção dos proprietários de não segmentar a arte e levá-la a públicos menos elitizados. "Queremos atender desde o colecionador até o estudante que acha impossível comprar uma obra de arte. Tem gente que não visita uma galeria porque acha que não tem roupa adequada", conta Gissele.

Nas paredes, convivem lado a lado obras de artistas de diferentes poéticas, trajetórias e faixas etárias. Destes, sete são representados atualmente pela galeria sem que, no en­tanto, haja exigência de exclu­sividade. "São artistas com grande po­tencial, escolhidos a partir do nosso gosto pessoal, que precisam ser inseridos no mercado", explica Gissele. Um deles, Pierre Lapalu, inaugura o calendário de mostras individuais da galeria (leia matéria ao lado).

Nos dias 27 e 28, assim que escurecer, será uma das paredes externas da galeria que servirá de suporte para a arte. O artista Tom Lisboa realiza a primeira intervenção do projeto A Céu Aberto, criado pela Serendipe para abrigar as mais diversas projeções artísticas. Traga o seu banquinho.

Instituto

Paralelamente, os sócios realizam a catalogação de mais de 13 mil volumes que formam o Serendipe Instituto, um centro de pesquisas voltado à investigação, estudo, promoção e documentação de trabalhos nas diversas linguagens artísticas.

A ideia é expandir o acervo, iniciado com a doação pela família da biblioteca do linguista Omar Gutierrez, com materiais impressos e em vídeo sobre a obra dos artistas que passarem pela galeria. "Ainda estamos em fase inicial, mas quem quiser consultar o acervo pode entrar em contato e agendar uma visita", conta Gissele.

Mais informações, no site http://serendipeartes.com.br

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