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Paraíso Líquido, aparentemente, é ambientado em um futuro distante, no qual o que hoje poderia parecer impossível acontece. Lá, amanhece vermelho e cobalto.

Há clones dos seres que vivem. A morte não é mais o ponto final de existências. Tudo parece possível. A realidade que conhecemos, agora, é ou será completamente diversa. Lá, tudo é hiperrealidade. E, como explica um dos narradores, "o mundo da hiperrealidade era feito de matéria virtual."

Mas, apesar desse cenário, como já foi mencionado, aparentemente distante, o livro traz, em cada um dos 13 contos, questões que dizem respeito ao ser humano de hoje, de ontem, de sempre.

Guerra, busca por contato, carências, temas que estão no centro e nas entrelinhas de toda a literatura, desde A Ilíada, que teria sido editada por volta de 400 a.C.

Basta folhear o livro e, em qualquer ponto, na página 147, por exemplo, há uma mostra de como o futuro criado por Luiz Bras é bem parecido com 2010: "Tudo é aleatório, o acaso determina nossos passos embriagados. Na paz ou na guerra. Mas a maioria das pessoas não percebe que a ordem aparente do mundo esconde a desordem subjacente invisível."

A música do acaso, todos sabemos, dita nosso passos, que conduzem tanto ao drama quanto à comédia.

Como Nelson de Oliveira reconhece, a temática de sua ficção mudou, e por isso ele diz ter optado por assinar com pseudônimo. Mas ele segue a fazer a mesma ficção de qualidade com a qual se credenciou como um dos nomes mais relevantes dos últimos 15 anos na cartografia literária brasileira.

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