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João Balduíno (Jonni) conta suas histórias a bordo de um táxi na madrugada de Curitiba: homenagem a Scorsese | Enéas Gomez/ Divulgação
João Balduíno (Jonni) conta suas histórias a bordo de um táxi na madrugada de Curitiba: homenagem a Scorsese| Foto: Enéas Gomez/ Divulgação

Lançamento

Jonni Driver

De Estevan Silveira. Terça-feira, às 19h30, no Museu Guido Viaro (Rua XV de Novembro, 1.348), (41) 3018-6194. Entrada franca.

"O Jonni [João Balduíno, o taxista] é goleiro lá do time do pessoal. Eles me contaram a história dele, que foi usuário de drogas e hoje trabalha com o táxi à noite. É um cara muito interessante, além de taxista e goleiro, ele toca violão clássico, se formou na Belas Artes..."

Estevan Silveira, cineasta

Um taxista roda pelas ruas escuras e úmidas da cidade, enquanto conta as suas histórias em off. Fala dos passageiros que transporta, do trabalho, quanto ganha... e também de solidão, drogas, alcoolismo e dos personagens da noite. Só que, em vez da Nova York dos anos 1970, ele percorre as familiares ruas de Curitiba em 2013.

Qualquer semelhança com o clássico Taxi Driver (1976), de Martin Scorsese, estrelado por Robert De Niro, não é mera coincidência: Jonni Driver, curta-metragem que o cineasta curitibano Estevan Silveira lança hoje, às 19h30, no Museu Guido Viaro, não deixa de ser uma homenagem ao filme de Scorsese. "É um Taxi Driver curitibano", descreve Silveira, que assina o roteiro com Pedro Merege. "Sou fã do filme do Scorsese, já era uma referência para mim. E esse personagem tinha tudo a ver, foi natural juntar as duas coisas."

Além do tema e da narrativa, a influência do filme estrelado por De Niro também é estética: "Não usamos luzes artificiais, só a iluminação normal dos ambientes onde gravamos", contou o diretor.

A ideia para o filme nasceu nas peladas que Estevan Silveira joga toda semana, em companhia de amigos jornalistas. "O Jonni [João Balduíno, o taxista] é goleiro lá do time do pessoal. Eles me contaram a história dele, que foi usuário de drogas e hoje trabalha com o táxi à noite. É um cara muito interessante, além de taxista e goleiro, ele toca violão clássico, se formou na Belas Artes...", revela. "Comecei a conversar com ele e achei que rendia um filme."

Captado em super 8 ao longo de duas horas e meia, o curta de 15 minutos foi revelado em Los Angeles e é um documentário "semirroteirizado", conforme explica o cineasta: "Embora apareça nos créditos como documentário ficcional, é a história da vida dele mesmo, não inventamos nada", garante. "Mas claro que eu conversei com ele antes e fiz as perguntas de acordo com o que ele já tinha me contado."

Estevan Silveira dirigiu, produziu e bancou o curta do próprio bolso, sem qualquer lei de incentivo. "É um filme fora da lei, literalmente!", brinca. O próximo passo é percorrer o circuito de festivais. "Ele já foi pré-selecionado para a próxima edição do Curta 8 (Festival Internacional de Cinema Curta 8 de Curitiba). Agora vamos atrás dos festivais, e também tentar exibir antes de algum longa." Entretanto, ainda não há previsão de exibição comercial na cidade.

Nem bem lançou Jonni Driver, Estevan Silveira já está com outro documentário engatilhado: "Consegui aprovar na Lei de Incentivo o filme sobre os navios que naufragaram na Baía de Paranaguá, como o pirata Bororó, o britânico Cormoran e o Solana Star, aquele das latas de maconha", informou. "O filme vai se chamar Naufrágios, Tráfico e Piratas, está em fase de captação e deve ser rodado no ano que vem."

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