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Wagner Santisteban e Klebber Toledo estrelam “Aonde Está Você Agora?” | Divulgação/
Wagner Santisteban e Klebber Toledo estrelam “Aonde Está Você Agora?”| Foto: Divulgação/

“Vento no Litoral”, uma das canções mais emblemáticas do Legião Urbana, fala sobre uma amizade que lida com a distância e como encontrar a felicidade em meio às adversidades. Adaptar essa faixa pode parecer uma tarefa tranquila, mas o texto do espetáculo “Aonde Está Você Agora?” não consegue fazer o dever de casa. Com duas sessões no último fim de semana, a peça peca na contextualização e fica enfraquecida mesmo com as atuações dos globais Wagner Santisteban e Klebber Toledo.

O primeiro aspecto é a trama que precisaria ser melhor costurada. Pedro (Klebber Toledo) e Gabriel (Wagner Santisteban) são dois amigos de infância que cresceram juntos brincando na praia, mas a rotina da dupla muda com a ida de Pedro para Nova York aos 15 anos. Para encurtar a distância, ambos têm um mesmo livro de poemas e combinam sempre de abri-lo quando a saudade apertar. O reencontro, marcado para sete anos depois, será marcado pela leitura dos trechos consultados nesse período.

Pode até ser que “Vento no Litoral” esteja correndo de pano de fundo, mas o roteiro se perde nas referências. A história se passa na década de 80, mas faixas como “Someone Like You”, de Adele, e “Clocks”, do Coldplay (ambas dos anos 2000), são executadas por Klebber no teclado para permear os sentimentos da dupla. Em que ano estamos mesmo? Fica difícil responder.

Os próprios atores deixam a contextualização de lado, citando o WhatsApp e até mesmo os ligeirinhos de Curitiba para forçar uma interação com a plateia. Com esses escorregões de roteiro, não há como não ficar perdido.

Em meio à fraca problematização do texto, a plateia acaba se levando pela beleza e pelas sacadas dos atores. Mas mesmo com a forte interação com o público, “Aonde Está Você Agora?” carece de uma boa revisão de texto e contexto. Afinal, por que recuperar uma faixa de um dos grupos mais importantes do rock nacional em uma trama pouco fundamentada? Talvez um pouco mais de estudo de cena e reflexão garantissem um resultado melhor.

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