Atriz portuguesa vai dirigir adaptação do texto para o cinema

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Como vocês fizeram para alcançar a sintonia em cena, onde estão só as duas atrizes?

Foi bastante mágico, porque ela me convidou e eu estava na Europa. Algumas vezes na minha vida funciona esse tipo de sintonia, quase por milagre. E nossa colaboração tende a crescer: adaptamos a peça para o cinema, assinamos juntas o roteiro, e vou dirigir, o mais depressa possível, no Rio de Janeiro.

A peça se passa em uma única noite. Isso traz uma tensão para a cena?

A força do texto da Laura faz isso. O público pode seguir a peça como uma conversa em família, de alguma forma, e participar tomando posição. Até porque a Laura conseguiu personagens bastante contrastáveis, e as duas são muito inteligentes. Ambas têm argumentos que são muito válidos, e o público vai aderindo.

O espetáculo traz uma mensagem de tolerância?

Sim, de tolerância com certeza. Eu, por exemplo, descobri muitas problemáticas que ignorava e que são muito próprias da nossa época. Para o público, tem esse aspecto de falar de coisas em que não se está habituado a pensar.

Poderia dar um exemplo?

Bom, questões de sociedade, por exemplo, a transmissão do nome da criança quando os pais são do mesmo sexo. Descobri até que o Brasil está mais avançado que muitos países da Europa nessas questões. Aqui as crianças podem ter o nome dos dois pais ou duas mães. Na França, onde eu moro, não é admitida sequer a adoção.

Que outras relações você tem com o país hoje?

Sou apaixonada pelo Brasil, sempre fui, e cada vez tenho mais relações e colaborações. E amigos também. Em Portugal também sempre houve muito interesse, as pessoas seguem tanto as novelas como a música brasileira.

A peça começa a turnê por Curitiba...

Estou empolgada em conhecer a cidade, porque tenho uma irmã mais nova [Anne d´Almeida] que foi tocar aí com seu quarteto de música clássica e voltou encantada.