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Três atores vivem o narrador de Machado, que endereça a plateia numa atitude que promove a intimidade. | Divulgação
Três atores vivem o narrador de Machado, que endereça a plateia numa atitude que promove a intimidade.| Foto: Divulgação

Depois de sua investida pelo universo de Machado de Assis em Capitu, Edson Bueno agora abraça Memórias Póstumas de Brás Cubas, romance que representa a entrada de nosso maior autor na seara moderna. O espetáculo Memórias Póstumas + Machado de Assis estreia nesta quinta-feira (21), no miniauditório do Guaíra.

No romance, Machado inova na forma, ao adotar um narrador que, logo na primeira página, avisa que já está morto. Parte então para o relato de sua vida, usando capítulos curtos e autorreferentes, falando sobre o próprio ato de estar escrevendo e referindo-se a capítulos precedentes ou posteriores.

A encenação de Edson Bueno utiliza três versões desse mesmo narrador. Estão em cena os atores Robysom Souza e Thierry Lummertz, ambos de Satyricon Delírio, e Diogo Biss, em sua estreia com o diretor. Cada um deles vive um aspecto de Brás Cubas: o satírico, o filosófico e o romântico. Em todos nota-se o sarcasmo de quem, nas palavras do diretor, “não tem mais necessidade de ser socialmente aceito”.

ESTREIA

Memórias Póstumas + Machado de Assis

Miniauditório do Teatro Guaíra – Glauco Flores de Sá Britto (R. Amintas de Barros, s/nº), (41) 3304-7982. 5ª a dom. às 20h. Até 7 de junho. R$ 43 e R$ 21,50 (meia-entrada). Classificação indicativa: livre. Mais informações no Guia.

O ritmo acelerado procura manter a sagacidade da alternância de capítulos, enquanto o ato de endereçar a plateia, ao mesmo tempo em que representam o personagem, confere, conforme Bueno, intimidade com a plateia.

O próprio figurino procura passar a sátira que dá o tom do espetáculo, com especial destaque para a maquiagem mortiça.

Linguagem

Edson Bueno é contra as recentes tentativas de facilitar a leitura de Machado, com edições que trazem sua escrita para os dias de hoje. Por isso, a adaptação que ele agora estreia objetiva a teatralidade, não a facilitação.

“Juntei, por exemplo, as cenas em que Brás Cubas conhece a primeira namorada e depois a encontra num cortiço”, contou à Gazeta do Povo. “Mas não é uma adaptação com cunho pedagógico. Machado era muito contemporâneo em seu tempo, e hoje temos que dar um jeito de tornar contemporâneo também. Não há a necessidade de facilitar.”

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