Não se engane: fazer comédia não é algo solto, totalmente espontâneo, ao sabor dos acontecimentos do dia, simplesmente. “É claro que há momentos de menos controle, mas o cálculo (do humor) é matemático nessa peça”, afirma ele, sobre “USE ME”, espetáculo que ele apresenta neste sábado (4) no Teatro Ópera de Arame (Rua João Gava, s/n), às 21h30, e repassa sua carreira. Os ingressos variam de R$60 (meia-entrada) a R$150 (inteira), dependendo do setor.
A montagem começou a circular há cerca de um ano, antes, portanto de sua saída do programa “Pânico na Band”, em abril. Na televisão, onde começou em 2008 ainda na RedeTV! o carioca criou César Polvilho, Freddie Mercury Prateado e o Poderoso Castiga, alguns dos personagens mais simbólicos que ele, avisa, não abandonou em “USE ME”. “As pessoas pedem e eu faço. É curioso que há quem se lembre de personagens da TV e do teatro que eu não me recordo”, afirma. O DJ Rael Barja e o comediante André Pateta também participam do espetáculo.
Mas a vontade é ir além dos personagens já conhecidos, e ficar à vontade em seu espaço preferido e também apresentar outras possibilidades como ator. “Essa é uma boa peça para quem não me conhece ainda”, acredita.
O processo de construção de personagem é uma labuta diária. “É muito trabalhoso. Às vezes você tem uma voz, mas não tem carisma. Às vezes você tem a expressão corporal, mas não tem um personagem completo. Todos os dias eu vou juntando elementos”, relata.
Cinema
A peça é dirigida por Rafael Queiroga, colega desde os tempos do Teatro Tablado e também um pouco dono do texto. “A gente se fala o tempo todo e modifica sempre as coisas juntos”, afirma.
É com Queiroga que Sterblitch desenvolve agora o roteiro para a versão cinematográfica de Poderoso Castiga, um dos personagens mais importantes da época do “Pânico” (aquele do bordão “mais ou menos, mais ou menos”, que chegou a ter um talk show). Neste ano deve estrear também “Os Penetras: Quem Dá Mais?”, continuação da comédia de Andrucha Waddington de 2012, com Marcelo Adnet e Mariana Ximenes. “Mas a maioria dos meus projetos futuros são dramáticos”, avisa.
