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LUTO

Morre o ator Antônio Abujamra aos 82 anos

Corpo foi encontrado em seu apartamento de São Paulo pelo filho, André Abujamra

Abujamra ficou conhecido do grande público por suas participações em telenovelas como Que Rei Sou Eu? | Divulgação
Abujamra ficou conhecido do grande público por suas participações em telenovelas como Que Rei Sou Eu? (Foto: Divulgação)

O ator e diretor de teatro e televisão Antonio Abujamra foi encontrado morto nesta terça-feira (28) em seu apartamento em São Paulo. A causa da morte ainda é desconhecida. Além do filho ator e músico André Abujamra, que passou temporadas vivendo em Curitiba e foi quem encontrou o corpo do pai, o “velho Abu” deixa mais um filho e dois netos.

Abujamra foi um dos primeiros encenadores brasileiros a adotar as técnicas contemporâneas de Bertolt Brecht e Roger Planchon. Desde 2000, apresentava o programa de entrevistas Provocações, na TV Cultura.

A figura de Abujamra ficou fortemente associada a Que Rei Sou Eu?, novela humorística do gênero capa-e-espada exibida pela Globo em 1989. Ele interpretava Ravengar, bruxo da corte do reino de Avilan, em 1786, antes da Revolução Francesa.

A novela agradou e surpreendeu o público habitual dos folhetins da emissora na faixa das 19h. O tom de interpretação melodramática foi bem aproveitado por Abujamra, que teve liberdade para exageros que marcaram o estilo maquiavélico de Ravengar.

Origem

Paulista de Ourinhos (nasceu em 15 de setembro de 1932), Abujamra cursou jornalismo e filosofia no Rio Grande do Sul. Publicou críticas teatrais ainda na faculdade, em 1957, e começou a trabalhar como diretor e, em menor intensidade, a atuar.

Sua estreia profissional como diretor ocorreu em 1961, em São Paulo, com três peças na mesma temporada: José, do Parto à Sepultura, de Augusto Boal, Raízes, de Arnold Wesker, e Antígona América, de Carlos Henrique Escobar.

Teve problemas com a censura na Ditadura. Em 1965, sua montagem de O Berço do Herói, de Dias Gomes, foi proibida no último ensaio antes da estreia. Na década, acumulou prêmios (como Roda Cor de Roda de Leilah Assumpção) e temporadas de muito sucesso popular (como o monólogo Muro de Arrimo, em que dirigiu Antonio Fagundes, então marido de sua sobrinha, Clarisse Abujamra).

Depois de um período dirigindo para a Teatro Brasileiro de Comédia, ele e Fagundes voltariam a um grande sucesso de bilheteira nos anos 1980, com Nostradamus, cara produção do texto de Doc Comparato.

Abujamra só assumiria a carreira de ator de forma tardia, aos 55 anos. O estouro televisivo de Que Rei Sou Eu? foi acompanhado de prêmios teatrais importantes. Seu trabalho favorito como ator nessa época foi o monólogo O Contrabaixo, de Patrick Suskind. Ele continuou dirigindo e ganhou o Prêmio Molière de 1991 pela direção de Um Certo Hamlet, em montagem carioca.

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