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TEATRO

Quatro motivos para não perder a peça “Inútil a Chuva”, no Guaíra

Espetáculo da Armazém Companhia de Teatro resume o teatro inconfundível que o grupo londrinense produziu nas últimas três décadas.

O elemento central da cenografia é um barco a remo real de competição, de dez metros, que atravessa o palco em três cenas chaves da peça | /Divulgação
O elemento central da cenografia é um barco a remo real de competição, de dez metros, que atravessa o palco em três cenas chaves da peça (Foto: /Divulgação)

1 - Cenografia Ousada

O ocupação inusitada do palco é uma das marcas da Armazém e, em “Inútil a Chuva”, o cenário criado pelo diretor Paulo Moraes e pela cenógrafa curitibana Carla Berri reproduz a cada oito pinturas feitas pelo protagonista da peça um pintor desaparecido. Cada cena, portanto, é como se fosse uma pintura em movimento.

O elemento central da cenografia é um barco a remo real de competição, de dez metros, que atravessa o palco em três cenas chaves da peça. O espetáculo foi indicado aos Prêmios Shell e Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (APTR) na categoria Melhor Cenografia.

2 - Protagonista Ausente

O personagem central nunca aparece. A trama acontece em torno do desaparecimento de um pai, um sujeito que passou a vida pintando quadros que ninguém conhecia e que se torna um pintor incensado no milionário mercado de arte após a morte.

Seus quadros passam a valer milhões e ele é considerado um gênio, uma estrela da arte contemporânea. O público precisa construir esta figura ausente a partir de fragmentos e lembranças de seus excêntricos filhos e amigos no texto tragicômico de Moraes.

3 -Arte versus Arte

O questionamento principal do texto é sobre o sentido da arte. Há um evidente descompasso entre o que a critica e o mercado falam o artista desparecido e quem o conheceu de perto percebia.

Segundo o dramaturgo Paulo Moraes, “uma das discussões que a peça traz é essa. No fundo é uma boa provocação sobre o mundo das artes, sua inutilidade e sua transformação em mercadoria de elevado valor econômico”.

4 -Dramaturgia em família

O texto da peça foi escrito a quatro mãos pelo diretor Paulo Moraes e seu filho Jopa Moraes. Paulo, que costuma dividir suas peças com o escritor londrinense Maurício de Arruda Mendonça, convocou seu filho para co-escrever, para poder usar o olhar de uma geração diferente.

“Como a peça trabalha com a perspectiva dos filhos, a visão dele contribuiu bastante. É diferente a perspectiva de um cara de 21 anos como ele e a minha, que já tenho 50 anos. A mistura fica divertida”.

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