• Carregando...
Na série Macho Man, roteirizada por Fernanda Young e seu marido Alexandre Machado, ela interpreta uma modernosa em uma galeria de arte | Simone Marinho/Agência O Globo
Na série Macho Man, roteirizada por Fernanda Young e seu marido Alexandre Machado, ela interpreta uma modernosa em uma galeria de arte| Foto: Simone Marinho/Agência O Globo

Lançamentos

Confira os títulos de Fernanda Young que estão sendo reeditados pela editora Rocco

A Sombra das Vossas Asas

Segundo romance da escritora, conta a história da vingança de Carina, uma jovem aspirante a modelo que, após não ser notada, resolve fazer um fotógrafo de moda se apaixonar perdidamente por ela. Contado sob a ótica do fotógrafo Rigel, o livro trata das obsessões estéticas de Carina, que modifica completamente sua personalidade, e da fragilidade das relações.

Carta para Alguém Bem Perto

Lançado depois de A Sombra das Vossas Asas, Carta para Alguém Bem Perto tem como personagem principal Ariana, uma mulher casada que resolve dar algumas reviravoltas em sua vida. Volta a fumar maconha, apaixona-se por um voyeur que a espiona da janela de seu escritório, viaja pela Riviera Francesa com um amigo concertista que sofre de Aids e faz uma peregrinação às Relíquias de Santo Antônio.

As Pessoas dos Livros

Quarto livro da carreira de Fernanda Young, As Pessoas dos Livros volta a um tema que parece ser um dos pontos centrais de sua obra: seu fascínio e desprezo simultâneo pela raça humana em geral. Prestes a lançar seu terceiro livro, uma escritora badalada porém insegura, se lança em um novo projeto que se destina a mostrar seus sentimentos por ela própria, seu marido e sua obra.

O Efeito Urano

Originalmente parte da coleção Cinco Dedos de Prosa, em que cada escritor compôs uma obra sobre um dos cinco dedos da mão, Efeito Urano, sobre o dedo médio, trata de um triângulo amoroso composto de duas mulheres e um homem. O casal Cristina e Guido vivem um amor maduro. Profissionais liberais e inseridos em um mundo cult, eles deixam Helena entrar em suas vidas quando o amor esfria.

Fernanda Young está em uma boa fase profissional. Na televisão, a série Macho Man, roteirizada por ela e seu marido Alexandre Machado, serve de contraponto lógico e ideológico aos recentes casos de homofobia que causaram furor entre a opinião pública. A série, que conta a história de um gay que, após um acidente, se torna hétero e pede auxílios a uma amiga ex-gorda para que sua recém-adquirida heterossexualidade seja escondida, tem a polêmica inerente ao assunto, mas também é permeada pela leveza e humor característicos do casal de roteiristas.

Macho Man também marca um tímido regresso da escritora à carreira de atriz. Após alguns papéis pequenos em novelas e minisséries, Fernanda interpreta uma modernosa em uma galeria de arte —um papel que convém ao seu physique du rôle e que, segundo ela, é mais uma brincadeira com a imagem que construiu para si.

Sobre seu papel, Fernanda diz que respeita a hierarquia na tevê: "A ideia partiu do José Alvarenga, diretor da série. Eu queria ter feito um papel n’Os Normais, mas ele disse que eu ainda não estava pronta. Fazer televisão é uma experiência coletiva, e a autoridade nesse assunto é ele. Se ele concordar, gostaria de fazer um personagem com mais corpo da próxima vez".

Apesar de não se considerar tão boa atriz quanto escritora, Fernanda Young estudou teatro, de onde ela diz que tirou experiência para a pontuação dos diálogos em seus textos, e não deixa de interpretar um personagem no seu eu-midiático. "Eu fiz o [talk-show] Irritando Fernanda Young e não sou uma pessoa irritada. Fiz o [reality-show/turístico] Duas Histéricas e não sou uma pessoa histérica. Mas eu brinco muito com o olhar do outro, a maneira como me veem", declara.

O programa Duas Histéricas, aliás, é outra conquista de Fernanda. Ela foi a Israel pagar uma promessa e achou que daria um bom programa. Ficção e realidade se confundem nas personas de Fernanda Young e Camila Nunes. "Eu viajaria para Israel, mas faria tudo de uma forma mais contida. Sou daquele tipo de viajante que fica sempre no mesmo lugar e come nos mesmos restaurantes. Eu jamais faria isso como indivíduo, mas como entertainer eu acho que é a forma como me comunico", diz. Após a primeira experiência, ela diz que serão gravadas mais três temporadas do programa.

Por último, sua obra literária, foco de seu interesse artístico, está sendo relançada pela editora Rocco em um novo projeto gráfico, especial para a coleção. Quatro títulos já foram lançados (leia mais no quadro abaixo). "Quando os livros chegaram aqui em casa, eu nem soube o que dizer. São lindos! A negociação foi muito rápida e simples, num almoço com o Paulo Rocco. Sou muito grata, tenho muito orgulho da minha obra", afirma.

Apesar da boa fase, Fernanda Young afirma que a maioria de seus projetos não vai para frente. "De cada dez coisas que eu penso, duas dão certo. Gostaria de fazer outro talk-show, e sei que posso fazer, graças ao meu bom relacionamento com as pessoas da tevê. Mas sei que existem coisas que eu não poderia fazer porque seria cruel e falsa comigo mesma, como fazer o papel da apresentadora fofa". Mesmo assim, diz que se comunica facilmente com todos os públicos e que o preconceito que ela e sua obra sofrem vem de outro segmento: "sofro preconceito principalmente de pessoas com um certo poder de crítica ou de exclusão da classe artística. Alguns preferem me ignorar, fingir que eu não existo. Mas eu existo e estou produzindo há muitos anos, não dá para desconsiderar isso" .

A principal razão a que atribui essa repulsa por sua personalidade é a sua liberdade artística e pessoal: "acho que as pessoas não entendem como eu posso ser livre e ter uma família, por exemplo. Para elas, por eu ser tatuada, o certo seria eu eliminar a minha identidade como esposa e mãe. Ser drogada, sozinha na vida, louca". Ela não se importa e completa, provocadora: "Eu convivo com muita gente inteligente que me ama. Alguns dizem que eu não sou popular quando eu sei que eu sou".

Apegada ao trabalho, Fernanda anunciou ainda que está preparando um novo livro, intitulado O Piano Está Aberto, e um projeto de autobiografia "que está empacadérrimo. Meu método de trabalho é meio anárquico. Trabalho muito, mas depois fico um tempo ociosa. Eu tenho uma certa disciplina, mas o ócio e a reflexão também são importantes para me ajudar a criar", conclui.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]