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Elena (Nina Dobrev): adolescente órfã é assediada por vampiros rivais | Divulgação
Elena (Nina Dobrev): adolescente órfã é assediada por vampiros rivais| Foto: Divulgação

O diretor e roteirista Ke­­vin Williamson é especializado em entretenimento para jovens. Na segunda metade da década passada, fez história com dois projetos, um na televisão e outro no cinema. A série Dawson’s Creek levou para a telinha um grupo de jovens que falava com adultos, citava cultura pop como se fossem profissionais do meio e iam na contramão da futilidade desenfreada vista em Barrados no Baile. Já a franquia de filmes de terror Pânico (dirigida por Wes Craven) foi beber em clássicos do gênero, armando-se de citações, homenagens e paródias disfarçadas para misturar susto e riso. Fez enorme sucesso e rendeu duas sequências. Agora parece que vai ser ressuscitada.

Depois de um tempo desaparecido, Williamson está de volta à tevê com The Vampire Diaries, seriado teen que estreou há duas semanas no canal pago da War­­­ner. O programa, que vai ao ar às quintas-feira, às 21 horas, é ba­­­­seado na série de livros homônima de autoria da norte-americana Lisa Jane Smith. Para muitos, suas histórias teriam "inspirado" Stephenie Meyer a escrever a multimilionária quadrilogia Cre­­­púsculo.

Sejam verdadeiros os rumores de plágio ou não, o fato é que tanto Lisa quanto Stephenie deram novo sopro de vida a um gênero clássico de horror, acrescentando generosas doses de romantismo e drenando boa parte da perversão e do erotismo presentes em versões mais, digamos, adultas. Na série escrita e produzida por Kevin William­­son, a personagem central é Elena (Nina Dobrev), uma adolescente cujos pais morreram num trágico acidente de automóvel. Ela e o irmão, o problemático e precoce Jeremy (Steven R. McQueen), ficaram sob os cuidados de Jenny (Sara Canning), uma tia um pouco mais velha do que eles.

Elena ainda se recupera do trauma da perda dos pais quando surge na cidadezinha onde mora um novo estudante: Stefan Salvatore (Paul Wesley). O que ela não sabe é que, em outra vida, eles já foram apaixonados e agora ele está de volta em busca do tempo perdido. A atração entre os dois é imediata, porém, há um detalhe que faz toda a diferença: Stefan é vampiro, ainda que politicamente correto e "vegetariano", e tem um irmão, Damon, que vale por dois. Ele, no passado, também disputou o coração de Elena.

Sem apresentar nada de exatamente muito novo, The Vam­pire Diaries tem a seu favor os bons (não ótimos, como nos primeiros anos de Dawson’s Cre­ek) diálogos de Williamson, sensível a temas que tocam adolescentes, como bullying, exclusão, dificuldade de comunicação e preconceitos. O elenco tam­­bém é acima da média, com destaque para Ian Somerbalder, que fazia o papel de Boone na série Lost e agora brilha como o malévolo Damon – vilões, afinal, são quase sempre personagens mais interessantes do que protagonistas.

Ainda é cedo para afirmar que The Vampire Diaries terá vida longa, mas a julgar pelo estrondoso sucesso dos livros e filme da saga Crepúsculo, tudo leva a crer que os jovens andam mesmo com sede de sangue – e romance. Deve ser porque vampiros, em sua inadequação incurável, os lembram que a imperfeição pode ser sedutora e, de perto, ninguém é mesmo muito normal.

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