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Punk horror show: um tom abaixo sem perder a velocidade | Divulgação
Punk horror show: um tom abaixo sem perder a velocidade| Foto: Divulgação

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Veja este e outros shows no Guia Gazeta do Povo

Quando o Misfits apareceu, em 1977, os esquisitos e doidões que viviam no recém-inventado mundo do punk rock se sentiram representados.

As letras sobre violência, histórias de terror e desconfortos do amor fizeram a banda conquistar um bom terreno em um mundo desajustado.

Amanhã, a formação atual e mais duradoura da banda traz novamente a Curitiba seu "horror punk" em um único show no palco do Music Hall (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo). "Super punk rock e hardcore extremo é o nosso presente e o nosso futuro. Cada vez maior e mais cruel", avisa o vocalista e baixista Jerry Only, em entrevista por e-mail à Gazeta do Povo. Ele divide o palco com o guitarrista Dez Cadena (ex-Black Flag) e o baterista Eric "Chupacabra" Arce.

Com uma carreira de muitos discos vendidos para várias gerações de fãs, a banda precursora do "horror punk" foi influência fundamental para a maior parte do rock que surgiu no seu rastro, especialmente grupos de punk ou metal muito velozes, como Megadeth e Slayer.

"A música do Misfits foi original em muitos aspectos. O mais importante, a meu ver, se deu na cena metal. Nós lançamos a tendência de baixar o tom enquanto a velocidade se mantém. Esta foi uma bela inspiração para a maioria das bandas de hoje", explica Only.

Para ele, a estética e ousadia de sua banda influenciaram também os filmes e séries de zumbis e outros monstros, que fazem muito sucesso na tevê e no cinema hoje em dia. "Tenho certeza de que tivemos um impacto grande nisso. Mas eu realmente assisto a poucos filmes e acho que é melhor nunca assistir à televisão. Eu tento fazer coisas mais construtivas com o meu tempo", adverte.

O baixista desconversou sobre uma possível reunião da formação original do Misfits, que incluiria a presença do vocalista e fundador Glen Danzig. A hipótese foi ventilada na imprensa internacional pelo ex-guitarrista Doyle Wolfgang Von Frankenstein.

Only prefere falar sobre o que vislumbra para a banda atualmente. Olhando o momento da política e costumes da sociedade ocidental, o baixista percebe um cenário favorável à maneira de viver do grupo.

Como exemplo, filosofa sobre uma frase do jornalista Hunter S. Thompson (1937-2005), que disse: "quando os tempos ficam estranhos, os estranhos viram os ‘profissas’". "Os tempos andam loucos e isso é bom. Todos os dias podem ser o dia das bruxas", constata.

Only disse ainda que gosta da ideia de voltar ao Brasil, "onde temos fãs genuínos que sabem curtir a nossa música", às vésperas da Copa do Mundo, quando o planeta todo olha o país. E sobre a gelada Nova Jersey, aconselha: "Digo aos meus compatriotas, em especial aos que vêm do norte, para prestar atenção no tempo. É um interruptor de 80 graus Fahrenheit. Mas é muito legal", adverte.

Sinners

A abertura do show do Misfits ficará a cargo dos curitibanos do Sick Sick Sinners, trio de psychobilly formado por Vlad Urban (guitarra e vocal), Mutant Cox (baixo acústico e vocal) e Emiliano Ramirez (bateria), que tem uma grande carreira internacional e prepara um novo álbum para este ano. Nos intervalos entre os shows, o músico Mauricio Singer (No Milk Today) irá discotecar clássicos do programa Punk Rock Radio.

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