
A argentina Mariana Baraj conhece Curitiba muito bem. Em 2009, entre uma e outra aula que ministrava durante a Oficina de Música, se apresentou no Teatro Guaíra com o grupo America Contemporânea. Meses depois, esteve no Teatro da Reitoria, para apresentação em duo com o pianista, compositor e arranjador Benjamin Taubkin. Foi muy hermoso, relembra a argentina. A cantora e percussionista volta à cidade hoje, às 20h30, quando se apresenta no Teatro da Caixa pela série Solo Música.
Reforçando a essência do projeto, a musicista será a dona do palco. Ao seu lado, apenas um set de percussão e um microfone. "Serão músicas de raiz, algumas folclóricas. Outras sobre o amor. E o desamor, também", explica a portenha. A temática latino-americana surge então em diferentes canções, que compõe seus quatro discos lançados o último é Churita, primeiro somente com composições próprias. A fusão de estilos andinos e latino-americanos com sua raiz "pampeira", inseparável, também define Mariana como uma boa representante da música popular argentina contemporânea.
Característica singular, no entanto, é encontrar em Mariana uma cantora percussionista ou vice-versa. Os batuques surgiram ao ver o irmão mais novo bater em pratos e caixas. Ele é baterista profissional. "Canto desde chica, e a percussão surgiu depois, lá pelos meus 19 anos. Fui incorporando primeiro a bateria e, depois, outros instrumentos àquilo que eu cantava", diz Mariana, que estudou canto com Liliana Vitale, Gabriela Torres, Iris Guiñazú, Nora Faiman e Mirta Braylan; e percussão com Pocho Porteño, Horacio Lopez, Andrea Alvarez, Norberto Minichilo, Carlos Rivero e Facundo Guevara.
No concerto, não faltará espaço para experimentações. Mas, para se dar bem soltando a voz e mexendo braços e pernas, não há segredo: "basicamente tem a ver com a prática. Eu toco todo dia", conta a musicista.
Também estarão em cena hoje vários instrumentos de origem argentina, como o bombo legüero, muito utilizado pelos músicos que acompanham a cantora Mercedes Sosa, por exemplo. O tamborzinho é produzido a partir de um tronco de árvore, revestido com pele de animais geralmente cabras e seu nome remete à distância em que pode ser ouvido: cerca duas léguas, ou quase cinco quilômetros.
Mas Mariana promete "tocar baixinho". Outros instrumentos de origem açoriana, tambores brasileiros e alguns de características melódicas completam o set. "Sou admiradora da música feita no Brasil e creio que aquilo que faço está absolutamente ligado a ela. A percussão também tem uma importância fundamental para a música brasileira", diz a argentina.
Discografia e prêmios
Mariana Baraj tem quatro discos solo: Lumbre (2002), Deslumbre (2005), Margarita y Azucena (2007) e Churita (2010). A artista tem, ainda, participações especiais em discos de Aristimuño Lisandro, Horacio Gómez, Liliana Herrero, Pepi Taveira Cuarteto, Nuria Martinez, Cláudia Puyó e Bernardo Baraj Quinteto, entre outros argentinos. Fez turnês pela Argentina, Brasil, Espanha, Japão, Alemanha e Eslovênia e, de quebra, dirige em companhia de seu irmão, Marcelo Baraj, o Cantaloop, espaço em Buenos Aires de expressão musical para crianças e adultos.
A artista foi indicada por duas vezes ao Prêmio Gardel o mais importante da música argentina. Em 2005, foi contemplada com o Prêmio Clarin, na categoria Revelação em Música Folclórica.
Serviço:
Série Solo Música Mariana Baraj. Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dia 28 às 20h30. R$10 e R$5. Na internet: www.myspace.com/marianabaraj www.marianabaraj.com.ar



